O tempo não estava para brincadeiras. Uma nuvem cinzenta pairava sobre o Dragão, após o FC Porto ter empatado os dois últimos jogos da Liga, permitindo a aproximação do Benfica. Era, portanto, preciso uma exibição de campeão. A resposta dos azuis e brancos foi positiva, embora o Vitória de Setúbal pouco tenha exigido.

O triunfo por 2-0, com golos de Herrera e Soares, não merece discussão e apenas peca por escasso tamanho o número de oportunidades que os dragões desperdiçaram. O mais importante foi cumprido pelos homens de Conceição: mantiveram a liderança do campeonato e colocaram pressão ao Benfica para a visita à Vila das Aves na segunda-feira.

Filme e ficha de jogo

Após alguma monotonia no quarto de hora inicial, os campeões nacionais lá descobriram maneira de desmontar a organização sadina. Compactos, a defender junto à sua área, a equipa de Sandro criou uma espécie de trincheira para suster a força do adversário. Adrián e Corona combinaram bem na esquerda – duas das três novidades no onze portista – e o remate do espanhol foi travado por Vasco Fernandes. No entanto, Herrera surgiu oportunamente na área para cabecear para o 1-0 e assinar o 6.º golo da época.

A partir do golo inaugural, a partida tornou-se fácil para o FC Porto. E, como tal, as oportunidades acabaram por surgir com naturalidade face também ao adiantamento do Vitória de Setúbal. Valeu Cristiano a impedir que o jogo ficasse resolvido ainda antes do intervalo. O guarda-redes sadino parou um «tiraço» de Alex Telles (21’) e voou para roubar um golo feito a Adrián López (37’), após maravilhosa jogada de Tecatito. Também Artur Jorge seguiu o exemplo do colega e impediu o desvio certeiro de Soares (39’).

Estes foram os principais sinais do domínio portista. Pelo meio, é importante escrever umas linhas sobre Danilo. O internacional português lesionou-se após entrada de Éber Bessa – que noite horrível – e foi forçado a sair por volta da meia-hora, aumentando as dores de cabeça de Conceição.

Óliver substitui o campeão da Europa e o FC Porto não ficou a perder. O espanhol é craque, não se esconde do jogo e encontra espaços onde eles não parecem existir. O lance em que o médio viu a entrada do estreante (a titular) Manafá na área é sintomático. Corona protagonizou um dos um dos falhanços da noite (61’), não dando seguimento à assistência do luso-guineense. 

Nesta fase, diga-se, já o Vitória de Setúbal jogava com dez elementos por infantilidade de Éber Bessa. O substituto de Rúben Micael achou por bem cair na área portista e Nuno Almeida não perdoou, exibindo-lhe o segundo cartão amarelo por simulação.

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O 2-0 era como que inevitável, mas o FC Porto não se livrou de um susto na sequência de uma «carambola na área». A bola não passou longe da baliza de Iker. Porém, no minuto seguinte, os dragões resolveram o jogo e carimbaram a vitória.

Soares tocou o céu para chegar ao cruzamento de Alex Telles e cabeceou para o 2-0, chegando ao 14.º golo da temporada. Os últimos vinte minutos contam a história de uma equipa entregue, inteiramente controlada pela outra. Tiquinho tentou o bis de bicicleta, Telles ameaçou o 3-0 de livre (86’) e André Pereira ficou perto de marcar (90’).

As nuvens cinzentas já não pairam sobre a Invicta. Para os próximos dias, existe previsão de céu azul, sem nuvens.