Numa altura em que ainda há indefinição em relação ao regresso dos principais campeonatos europeus por causa da pandemia da covid-19, José Mourinho falou sobre este período de paragem e defendeu que é importante que o futebol regresse, se for necessário, à porta fechada.

«Tenho saudades do futebol, mas prefiro dizer que tenho saudades do nosso mundo, como acho que todos temos. O futebol é só parte da minha vida. Mas temos de ser pacientes, é uma luta que todos temos de travar», disse o técnico português em entrevista à Sky News, explicando que pensar que o futebol vai voltar «é uma luz ao fundo do túnel».

«Se jogarmos os nove jogos que faltam desta época vai ser bom para nós, vai ser bom para o futebol e para a Premier League», apontou, dizendo que «mesmo que o jogo seja disputado à porta fechada, nunca será realmente à porta fechada.»

«Com as câmaras, significa que há milhões e milhões a ver. Por isso, se um dia entrarmos neste estádio vazio, não estará realmente vazio», frisou.

Mourinho disse que ainda que fez mal quando organizou um treino com alguns jogadores num parque público e revelou que o Tottenham colocou alguns campos à disposição dos atletas esta semana. «É bom para eles poderem voltar a sentir o cheiro da relva.»

O técnico português conta que tem passado este tempo em confinamento com três outros treinadores. Mourinho diz que o trabalho, incluindo ver jogos que «nunca tinha visto», lhe deixa pouco tempo para cozinhar e revela: «Os outros são um pouco melhores do que eu. Eu sou o especialista em ovos estrelados.»

E, numa altura em que passam 15 anos desde que conquistou o primeiro título da Premier League, Mourinho não quer comemorações do passado e aponta para o futuro. «Prefiro pensar que vou ganhar um quarto título. Já tenho três, prefiro pensar que vou ter quatro.»

O treinador português revelou ainda, na mesma entrevista, que Harry Kane, Moussa Sissoko e Steven Bergwijn estão recuperados das respetivas lesões, mas não sabe ainda quando vão estar disponíveis para treinar sem limitações.

«Para eles, foram muitas semanas lesionados e quando estavam próximos de voltar, parámos de treinar. Eu não sei, eles não sabem, vamos ter de aguardar para voltarmos aos treinos coletivos para ver se eles conseguem atingir o nível de competição normal», destacou ainda.