Vitória na Libertadores, no Brasileirão e, para já, a final do Mundial de Clubes no bolso. A época de sonho de Jorge Jesus ainda não chegou ao fim, mas esta terça-feira, no estádio que acolheu os Mundiais de Atletismo, o Flamengo teve de correr muito na segunda parte para recuperar da volta de atraso levou nos 45 minutos iniciais e, no final, vencer por 3-1.

Desligado, lento, previsível. A síntese do que foi o Flamengo de Jorge Jesus na primeira parte, período no qual a equipa saudita, que Jorge Jesus disse ter sido construída por ele, deu uma lição ao criador.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS

Pouco antes do golo de Al Dawsari (18 minutos), na sequência de um bom desenho ofensivo, o Al Hilal já tinha criado uma soberana ocasião para inaugurar o marcador, mas Al Dawsari rematou para defesa de Diego Alves e, na recarga, Gomis atirou por cima.

O melhor que o Flamengo conseguiu nos 45 minutos iniciais foi um remate de Gerson ao lado e um lançamento de Arrascaeta para Bruno Henrique, que até nem conseguiu visar a baliza adversária.

Muito pouco para a equipa de Jesus, pouco reativa, com uma circulação de bola demasiado lenta e incapaz de igualar os níveis de agressividade positiva de um adversário que, ainda que com menos posse de bola, revelava-se mais sóbrio, dinâmico e chegava mais vezes ao último terço com perigo.

O Fla regressou transfigurado dos balneários e o ataque começou, finalmente, a carburar. Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta, protagonistas de tantos episódios em 2019, não necessariamente por esta ordem, construíram o empate, desmontando por uma facilidade tremenda a organização defensiva do Al Hilal.

Nos minutos seguintes, o conjunto brasileiro manteve o pé no acelerador, mas aos poucos o Al Hilal foi conseguindo apagar a chama e reequilibrar o jogo.

Só que a entrada do ex-FC Porto de Diego foi decisiva para lançar o Flamengo definitivamente para a vitória, à semelhança do que acontecera em novembro na final da Libertadores.

O experiente médio esteve diretamente envolvido no segundo e terceiro golos. Aos 78 minutos lançou Rafinha no corredor direito, numa jogada concluída por Bruno Henrique, e pouco depois serviu Bruno Henrique, que cruzou para o autogolo de Al Dawsari.

O jogo não terminou sem a expulsão do ex-Sporting e Benfica Andre Carrillo, que aos 84 minutos viu o vermelho direto após uma entrada dura sobre De Arrascaeta.

Em inferioridade numérica, o Al Hilal, que tão bem conta do recado deu na primeira parte, teria de escalar uma montanha, mas o Flamengo desligado, lento e previsível era coisa do passado.

Segue-se Monterrey ou Liverpool no caminho do Mengão, que procura repetir a história de 81.