Marítimo e Rio Ave empataram a uma bola na primeira jornada da segunda volta do campeonato, num jogo que valeu, acima de tudo, por dois minutos, verdadeiramente, fantásticos.

A última imagem é sempre a que fica na retina e, por isso, comecemos por aí: final de primeira parte de loucos no caldeirão dos Barreiros com todos os condimentos de dois clubes candidatos a uma qualificação europeia. Primeiro marcou o Marítimo (41 min), na sequência de um livre lateral cobrado por Danilo Dias que encontrou a cabeça de Roberge para o primeiro golo do encontro.

Pouco depois, ainda os adeptos insulares festejavam o golo do central francês, respondeu o Rio Ave (43 min) através de um cruzamento de Bebé, sobre a direita, para uma finalização de cabeça fantástica de Hassan repor a igualdade no placard.

De resto, o filme da primeira parte não teve o mesmo argumento dos minutos finais. O Rio Ave, ainda com o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga na memória (alcançado com um triunfo nos Barreiros) mostrou primeiro os dentes, através de Bebé(5 min) e Diego (7 min), numa tentativa de amedrontar os insulares. No entanto, o Marítimo foi mais assertivo na resposta e um cruzamento/remate de João Diogo por pouco não traiu Oblak.

Ainda assim, as oportunidades mais flagrantes de golo tiveram o carimbo de Vila do Conde e Alberto "El Mudo" Rodríguez (27 min), de cabeça, podia ter finalizado uma jogada inventada por Ukra. Perante a pouca inspiração do peruano, o extremo, ex-Sporting de Braga, mudou de parceiro, mas Hassan (29 min) continuava a não falar a mesma linguagem que o português.

O Marítimo não ficou passivo e respondeu com bicadas do seu rato atómico: Danilo Dias. O avançado brasileiro, principal acelerador do jogo por parte dos insulares, teve duas oportunidades de golo (31 min e 37 min) que só não terminaram em festa porque a mira esteve sempre desafinada.

O resto já primeira parte já se sabe: final «à Hitchcock» com dois bons golos em dois minutos e um mar de promessas para a segunda metade.

Rio Ave teve a vitória à mercê

As promessas deixadas no ar por aqueles últimos minutos não passaram disso mesmo, promessas. Com o passar dos minutos as equipas, ainda que inconscientemente, começaram a olhar mais para a conta bancária, leia número de pontos amealhados na tabela classificativa, e sentiram que um ponto na mão seria melhor que vários a voar.

Há, ainda assim, duas personagens que tentaram sempre ganhar o jogo: Nuno Espírito Santo e Pedro Martins. Durante a segunda os dois técnicos tentaram, sempre, ganhar o jogo, alimentando o jogo com referências ofensivas, mas o nó no resultado já estava atado e com força demais para o desarmar.

Contudo, o Rio Ave foi quem esteve mais perto de conquistar os três pontos com duas perdidas incríveis de Hassan (58 min) e Bébe (74 min) já no interior da área insular, mas os dois avançados acabaram por não conseguir acertar com a baliza de Ricardo Ferreira.

Sem conseguir penetrar na defensiva forasteira, mesmo com a aposta no reforço Suk, a melhor ocasião do Marítimo saiu do pé direito de Artur, num remate de fora da área que deixou os jogadores do Rio Ave com o credo na boca.

No relatório e contas do jogo, o Rio Ave mantém a distância para o rival, contiua a boa campanha fora de portas, enquanto o Marítimo voltou a falhar uma sequência de dois jogos consecutivos a ganhar para a Liga.