José Mourinho apresentou-se tranquilo e disponível para falar sobre todos os assuntos que digam respeito ao futuro Real Madrid. O treinador português, como é seu timbre, respondeu a todas as questões com frontalidade, algumas vezes resvalando para a ironia, mas quase sempre com um sorriso nos lábios. Um sorriso que só desmontou quando lhe perguntaram se não tinha uma filosofia de jogo demasiado defensiva para um clube como o Real Madrid.

«Isso é interessante porque já joguei três finais de competições europeias. Nos três jogos ganhámos os três e marcamos oito golos. Três finais, três vitórias, oito golos. Quando se repete uma mentira muitas vezes para as pessoas inteligentes essa mentira será sempre uma mentira, mas para os menos inteligentes essa mentira transforma-se em verdade. Por sorte, no futebol há mais pessoas inteligentes do que menos inteligentes. Por isso é que treinei o F.C. Porto, o Chelsea, o Inter e agora o Real Madrid», começou por destacar.

A questão incomodou o treinador que quis deixar bem explícita qual a sua forma de ver o futebol. «Uma coisa é a organização de jogo, outra coisa é jogar defensivamente. Quando uma equipa é organizada defende bem. Podem jogar com muitos jogadores de ataque e jogar bem defensivamente. No Inter joguei com cinco jogadores ofensivos - Etoo, Pandev, Milito, Sneijder e Thiago Motta - e defendemos bem. E porque é que defendemos bem? Porque o treinador é um grande treinador», referiu.

E como vai ser com o Real Madrid? «O José Mourinho adapta a sua filosofia aos jogadores que tem. Isso é o mais importante para mim. Tirar dos jogadores o melhor que têm. Por sorte minha são poucos os jogadores que tive nas minhas equipas que não melhoraram. Normalmente os jogadores que trabalham comigo acabam por se valorizar. Para mim a equipa deve ser feita de equilíbrio. Equilíbrio significa jogar bem com bola ou sem bola. Ser psicologicamente muito forte, ganhar os jogos e ganhar os jogos decisivos. Para isso não conta só a qualidade futebolística, mas também uma força psicológica muito grande. Essa força é uma qualidade muito importante no futebol de hoje. Sem isso não é possível ganhar jogos importantes e ganhar títulos», acrescentou.