José Mourinho surgiu no flash-interview depois da vitória por 2-1 sobre o Crystal Palace resignado e ao mesmo tempo aliviado: aliviado porque somos mais três pontos, resignado porque não foi a vitória que gostava que tivesse sido.

«Podia ter sido 4 ou 5-1, mas também podia ter sido 2-2. E isto é tenso, porque sentimos as oportunidades que falhámos, sentimos que podíamos ter matado o adversário e não o fizemos, e depois disso, quando não estamos no nosso melhor momento do jogo, estamos em problemas e sentimos que o nosso adversário pode castigar-nos», referiu.

«Podíamos ter feito o 2-0 pelo Ivanovic, não fizemos e eles marcaram o 1-1, na segunda parte tivemos muitas oportunidades para marcar, não o fizemos, eles voltaram a ir à nossa baliza e, apesar de ainda não ter visto o lance na televisão, sei que a bola andou ali a cheirar a linha de golo.»

O treinador diz que a realidade do Chelsea é agora esta.

«Neste momento é isto: criámos muito, temos várias oportunidades para marcar e de cada vez que o adversário chega à nossa baliza, marca.»

«No fim são três pontos muito importantes para nós, frente a uma equipa que tenho de admitir que tem um espírito fantástico, que está muito bem organizada, um adversário difícil para nós e jogando assim para qualquer equipa.»

Questionado sobre o que mudou do primeiro Chelsea de Mourinho, em 2005, para este Chelsea, Mourinho deixou a entender que o outro plantel era mais equilibrado: este, por outro lado, está longe de o ser.

«Esta é uma equipa diferente, com um perfil completamente diferente. No meu primeiro ano jogava em 4x3x3, com três médios muito posicionais, o Makelele estava sempre à frente da defesa, os extremos defendiam», começou por dizer.

«Este ano jogo com números 10 e extremos que são criativos, não são posicionais, não gostam de ter responsabilidades defensivas, temos muitos jogadores para jogar atrás do ponta de lança e por isso temos de os meter a jogar.»

«Jogo só com dois médios que nem são posicionais, Ramires gosta de ir, o Lampard gosta de ir, por isso é uma equipa diferente, que já não vence por 1-0 e ninguém pode chamar-nos uma equipa aborrecida. Têm de chamar-nos uma equipa agradável», sorriu.