Aos 34 anos, Nadia Nadim tem um registo assinalável na seleção da Dinamarca (99 jogos/38 golos), mas é acompanhada com especial carinho pelos habitantes de outro país. Nascida em Herat a 2 de janeiro de 1988, a atacante é considerada a melhor e mais influente jogadora do Afeganistão de todos os tempos.
Nadia teve de fugir com a mãe e as irmãos para sobreviver. O pai, um general no Exército Nacional do Afeganistão, foi executado pelos talibãs.
«Os talibãs tinham medo das pessoas influentes no país. Então, pessoas influentes começaram a desaparecer. Certo dia, o meu pai foi chamado para um encontro com um dos ministros. Levaram-no para um sítio e o motorista ficou à espera para o levar de volta a casa. Mas ele nunca mais saiu de lá», contou a jogadora.
Nadia Nadim tinha apenas nove anos.
Sem uma figura masculina na família, as mulheres tiveram de partir. O plano original era ir para Londres, mas a família acabou em Randers, na Dinamarca.
Nadia formou-se em medicina enquanto jogava pelos maiores clubes do mundo, incluindo o Manchester City e o Paris Saint-Germain, e fala mais de oito idiomas diferentes: «Sou bastante esperta. Vocês não acreditavam, mas: ‘Surpresa!’», disse um dia.
Atualmente, representa o Racing Louisville, dos Estados Unidos da América.
Tem talento para o futebol e não tem medo de tomar decisões controversas, dentro e fora de campo, incluindo ser embaixadora oficial do Mundial 2022 no Qatar. Nadim não é a única desportista na família. A sua irmã, Diana Nadim, é pugilista profissional.
Este texto foi baseado no perfil de Nadia Nadim, que pode ler no dossier dedicado às 23 jogadoras da seleção dinamarquesa, um dos vários conteúdos publicados no âmbito da Guardian Experts’ Network, a rede de meios de comunicação que tem o Maisfutebol como representante português para partilha de informação relativa ao Euro 2022 feminino.