O tema veio pela primeira vez, durante a crise dos combustíveis, pela mão do Governo ao Parlamento, no debate quinzenal. José Sócrates falou à Assembleia sobre o acordo firmado quarta-feira à noite com as transportadoras e já com o fim da paralisação que afectou o país.

Garantindo que «um Governo, digno desse nome, não pode pactuar com qualquer tentativa de chantagem, intimidação ou condicionamento ao exercício das liberdades», o primeiro-ministro falou sobre o entendimento alcançado, dizendo que «um Governo responsável nunca fecha as portas às negociações».

Contudo, asseverou, «deve fazê-lo sem nunca perder de vista que é responsável perante o conjunto dos cidadãos e não pode sacrificar o interesse do país às soluções de facilidade».

Sócrates diz que entendimento com Antram é «resultado positivo»

No discurso de abertura do debate quinzenal ficou uma palavra para a «perda de uma vida humana» e «os excessos condenáveis» dos últimos três dias. Para o primeiro-ministro, as «forças de segurança, com proporcionalidade, procuraram limitar» esses excessos, que terminaram com «o bom senso, a vontade de dialogar e encontrar soluções razoáveis».

Mas o Governo «iria recorrer aos meios necessários para garantir a liberdade de circulação e garantir o abastecimento de bens essenciais a todos os portugueses», anunciou o primeiro-ministro, certo que «a autoridade do Estado é enfrentar e resolver as crise, obtendo resultados em favor das pessoas».