A cooperação portuguesa com os países da lusofonia e com Timor-Leste em especial, não pode estar dependente de momentos mais ou menos difíceis, pois, é uma «aposta no futuro», defendeu nesta quarta-feira em Díli o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

Ao comentar as dificuldades financeiras de Portugal com a decisão de cooperar ainda mais com Timor-Leste, Miguel Relvas sublinhou que há que ser «muito exigentes e muito rigorosos na gestão de dinheiros públicos».

«E é isso que nós vamos fazer, como estes [protocolos] que aqui assinamos, que foram avaliados com muito rigor, com muita seriedade e cada euro que vai ser gasto tem de ser bem gasto», afirmou Relvas sem comentar se a privatização da RTP poderia comprometer a cooperação com a Radiotelevisão de Timor-Leste.

O ministro, que tutela a pasta da comunicação social, assinou em Díli com o seu homólogo timorense, Hermenegildo Pereira, protocolos que envolvem a agência Lusa, a RTP, o Cenjor e a Universidade Católica Portuguesa, com o apoio da União Europeia, e que, além da formação inclui a digitalização de arquivos de televisão, a criação de uma biblioteca de comunicação social e a criação de uma agência de notícias de Timor-Leste.

«O objetivo é que destes protocolos que vão incidir em particular na formação, todos aqueles que vierem a ter acesso a esta formação sintam que valeu a pena este esforço e nesse sentido Portugal está e continuará a estar disponível para poder dar o seu contributo», disse o governante português.

Miguel Relvas considerou também que o contributo português é uma «aposta no futuro», e que é algo que se está a construir hoje para as próximas gerações: «Esta facilidade de estarmos aqui todos a falar a mesma língua é uma chave para nos abrir o futuro e portanto fazê-lo com este objetivo de estimular, formar as futuras gerações é um desígnio de ambos os países.»