A Liga portuguesa é, entre as principais da Europa, aquela onde as equipas mais se renovam de uma temporada para a outra. É, também, a Liga europeia onde as equipas mais facilmente concedem a titularidade a reforços recém-chegados. Esta é a principal conclusão de mais um estudo realizado pelo site «Football Industry» (www.footbal-industry.com), em parceria editorial com o Maisfutebol, cujos dados pode conferir na fotogaleria que acompanha este texto.

Usando como critério a comparação dos onzes iniciais apresentados na última jornada de 2012/13 e as escolhas dos treinadores no arranque de 2013/14 em seis Ligas europeias, o estudo aponta números claros: Portugal e Espanha, com seis alterações, têm os únicos campeonatos onde as equipas mudam mais de metade dos titulares entre maio e agosto. França e Holanda mudam, em média, cinco elementos, enquanto Inglaterra e Alemanha variam apenas quatro.

Já no que diz respeito a contratações, a Liga portuguesa é a que dá mais crédito às novidades: dessas seis alterações, em média, quatro reforços de verão entram diretos para o onze, com as outras duas a serem protagonizadas por elementos que já estavam no plantel em 2012/13, mas não acabaram como titulares.

No pólo oposto está a Liga francesa, onde, em média, apenas um reforço de verão ganhou lugar no onze para o arranque da prova. As equipas de Holanda e Espanha apresentaram em média três reforços de verão na primeira jornada, enquanto na Alemanha e em Inglaterra esse valor se ficou pelos dois.

Novos técnicos apostam mais em reforços

O estudo, que envolveu todas as equipas das Ligas que permaneceram no escalão principal de um ano para o outro (97 ao todo), avalia também o impacto da chegada de novos treinadores nas alterações dos onzes iniciais. Não é surpreendente, mas os números confirmam-no: novos técnicos têm tendência para apostar mais nos reforços de verão (média de 3,33) do que treinadores que permanecem de uma época para a outra (2,83).

De referir ainda que, das 97 equipas analisadas, 34 mudaram de treinador neste defeso. A maior percentagem de mudança acontece na Liga espanhola (nove em 18, exatamente 50 por cento) seguida de perto pela portuguesa (43 por cento). O maior exemplo de estabilidade vem da Liga alemã onde apenas quatro equipas em 16 (25 por cento) mudaram de técnico no verão. Premier League e Ligue 1 (29 por cento, cinco equipas em 17) têm valores próximos do da Bundesliga.

Dado curioso: a maioria das equipas que mudaram de treinador (21 em 34) ocuparam lugares da primeira metade da tabela em 2012/13. Uma realidade que é ainda mais evidente na Premier League (quatro das cinco equipas que mudaram acabaram nos seis primeiros) e em Portugal (quatro mudanças entre os sete primeiros).

A Liga portuguesa tem ainda outra particularidade de registo: a propensão para a mudança é mais vincada nas equipas que estiveram mais perto da despromoção em 2012/13. Académica, V. Setúbal, Gil Vicente e Olhanense entraram em 2013/14 com oito mexidas no onze inicial, e quase todas elas protagonizadas por jogadores contratados no verão.

Dados: http://football-industry.com/