A crise financeira internacional terá inevitavelmente impacto a nível interno. Quem o admite é o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Jorge Rocha de Matos, para quem há mais falências e desemprego a caminho.

«É óbvio que temos de ser realistas e admitir que há fragilidades no nosso tecido empresarial que vão levar a essa situação (encerramento de empresas e despedimentos). O que temos de fazer é criar mecanismos que possam diminuir esse estrago», disse o responsável à margem da assinatura de um contrato com o Governo.

Para Rocha de Matos «é óbvio que vamos sofrer um impacto complexo» da crise financeira internacional», mas o presidente também tem «a certeza de que temos capacidade interna para resolver a situação. Não vai ser fácil, muitas empresas não vão conseguir. Mas julgo que há uma fórmula mágica para atenuar essa crise que aí vem-aliás, que já cá está-que é unirmo-nos todos. Não é momento de andarmos a discutir problemas secundários, é o momento de nós encontrarmos a melhor forma de enfrentar esta crise, mobilizando os agentes, sejam eles públicos, privados ou políticos e, todos em conjunto, trabalhando no mesmo sentido».

Ao mesmo tempo, o comendador defende o recurso a outros instrumentos, como o capital de risco, para a criação de novas empresas e reestruturação de outras, ou a garantia mútua, para que o sistema bancária possa financiar as pequenas e médias empresas (PME) viáveis, em condições mais favoráveis, e não com taxas de juro extremamente elevadas, que as PME não têm capacidade para poder pagar. Isto tudo não pode ser feito por decreto, mas sim pela articulação entre quem tem responsabilidade política de governar, quem tem responsabilidade política de legislar (e aqui incluo os partidos políticos), e quem tem a responsabilidade de desenvolver as suas empresas», acrescentou.