O ministro das Finanças recusou esta sexta-feira, em Bruxelas, uma alteração da orientação política a pensar nas eleições do próximo ano, assegurando que as reformas económicas vão continuar apesar da contestação de vários sectores.

O Governo «definiu um conjunto de reformas para o país e levaremos essa agenda de reformas até ao fim» apesar das «condições adversas que nos ultrapassam», disse Fernando Teixeira dos Santos à margem de uma conferência económica na capital da Bélgica, avança a «Lusa».

O ministro sublinhou que, o facto de o Governo ter uma maioria parlamentar a apoiá-lo, ajudou a definir a agenda de reformas e que agora poderia mesmo ser penalizado se não as continuasse.

«Se pararmos vamos ser penalizados pelos portugueses», sublinhou Teixeira dos Santos.

O ministro das Finanças deu o exemplo da proposta impopular de alteração da legislação laboral a pouco mais de um ano das eleições legislativas para reforçar a ideia que o Governo não irá alterar o rumo das suas políticas.

O responsável governamental afastou também a possibilidade de diminuição do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), como tem vindo a ser reclamada pelo sector dos transportes, e realçou a necessidade de a economia se «ajustar» à nova situação económica.

«No meu entender reduzir o ISP não deve ser a forma como nos devemos ajustar ao encarecimento da energia», disse o ministro das Finanças, acrescentando que hoje «há uma realidade que veio para ficar» e todos têm de se ajustar a essa «nova realidade».