Questionado pela «Bloomberg», em Nova Iorque, sobre qual o impacto da crise do «subprime» em Portugal, o responsável considera que, até agora, «não tivemos nenhum impacto directo nas nossas instituições financeiras, porque não há uma exposição significativa aos produtos e bens que estiveram na origem da crise». Para o mesmo, o impacto situa-se mais ao nível da confiança e das expectativas sobre as perspectivas dos agentes económicos. «Portugal, ao contrário de outros países, como Espanha, não tem nenhuma bolha imobiliária nem temos qualquer receio de vir a ter esse problema», rematou.
Se o pior já passou, Teixeira dos Santos tem dúvidas. «Quero acreditar que a parte difícil já passou e que já batemos no fundo, mas nunca se sabe», comentou à «Bloomberg».
Estado não prevê vender acções da EDP
Quanto à actuação dos bancos centrais, acha que a intervenção do Banco Central Europeu tem sido muito positiva, tal como as iniciativas das autoridades norte-americanas. No entanto, o ministro não se manifesta sobre se recomendaria uma descida nas taxas de juro.
Concretamente acerca do crescimento para Portugal em 2008, Teixeira dos Santos diz que o Governo aguarda os dados do Instituto Nacional de Estatística do primeiro trimestre para avaliar a situação. «se houver razões para rever a nossa estimativa, claro que o faremos», acrescentou.
Ainda interrogado pela «Bloomberg», sobre se o Estado vai vender acções da EDP, o responsável adiantou que «não há qualquer intenção» de o fazer. «A composição dos accionistas é estável, e a empresa está a levar a cabo projectos importantes na renovação das fontes de energia, e isso é o mais importante», rematou.
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