Os neerlandeses Royston Drenthe e Rafael var der Vaart foram convidados do programa Kick’t Met de Ziggo Sport e, numa animada conversa, recordaram histórias de quando os dois jogaram juntos no Real Madrid, sobretudo fora dos relvados. Van der Vaart recorda como Drenthe deixava Cristiano Ronaldo fora de si nos treinos.

«Num sábado íamos jogar em casa com o Barcelona, mas no dia anterior Drenthe insistiu para irmos a uma festa. Pensei: “não devia fazer isto”. Perdemos esse jogo por 2-0 e houve uma grande confusão na imprensa. Eu fui titular nesse jogo com o Barcelona, mas só estive cinco minutos na festa no dia anterior», começou por recordar Van der Vaart, em jeito de provocação a Drenthe.

O antigo extremo esquerdo, que chegou a ser apontado como reforço do Benfica, acrescentou mais detalhes a esta história. «Não era uma festa em minha casa. Foi uma festa que decorreu à porta fechada. Também estava lá o Gonzalo Higuaín…». Nesta altura, Van der Vaart interrompe Drenthe. «Todos os jogadores do plantel estiveram nessa festa, por isso é que perdemos esse jogo», destacou entre gargalhadas.

Drenthe, que jogou no Real Madrid de 2007 a 2010, terminou a carreira há poucos dias e recebeu elogios rasgados de Van der Vaart. «O que me dá pena, e já lhe disse isso a ele, é que o Royston foi o melhor lateral esquerdo que os Países Baixos nunca tiveram. Se tivesse colocado de lado o seu ego e a sua forma de jogar, tipo futebol de rua, tinha de certeza jogado na seleção laranja até há quatro anos», destaca Van der Saar, apesar de Drenthe ter somado apenas dez minutos na seleção dos Países Baixos.

Van der Vaart recordou depois como Drenthe conseguia irritar Cristiano Ronaldo nos treinos. «Ele gostava de defrontar o Cristiano nos treinos. Para ele era um desafio. Ele perguntava, “Cristiano? Quem é esse?”. O Ronaldo ficava louco com ele. Era rápido, ágil e muito técnico. Como é que o Cristiano passava por ele? A dado momento, o Cristiano começou a correr pelo corredor esquerdo porque já não sabia o que fazer com o Drenthe», contou.

A verdade é que nesse plantel, o Real Madrid contava com Marcelo para lateral esquerdo, mas Van der Vaart garante que Drenthe não ficava muito atrás do internacional brasileiro. «Não havia diferença para Marcelo, nessa altura estavam perfeitamente equiparados. A única diferença era que o Royston preferia ser extremo esquerdo a lateral. Queria atacar», destacou ainda Rafael.

Drenthe recordou mais histórias da sua passagem por Madrid. «O Benzema era alguém que realmente encaixava nesse tipo de cultura do Real Madrid. Rapidamente sentiu-se em casa, mas no início não falava muito porque só falava francês. Sempre me senti atraído pelos rapazes maus. E com o Karim foi automático. Encontrava-o sempre nas férias, quer fosse em Las Vegas ou Miami, estávamos sempre no mesmo lugar», recordou ainda.

Os dois jogadores recordaram também as primeiras impressões de Cristiano Ronaldo, na altura, a grande estrela da equipa. «Vi-o marcar livres no treino e pensei: “É isto que é tão bom?” Não teve tanto nível nos primeiros treinos. Não acreditava que fosse tão bom, mas assim que começou o primeiro jogo, estava em forma, fazia tudo muito bem», recorda Van der Vaart que destaca a boa relação pessoal que manteve com o português.

Drenthe também guarda boas impressões de Ronaldo. «Saía mais com o Pepe e com o Marcelo, que eram dois tipos com quem eu também me dava naquela altura. O Cristiano era uma grande pessoa, mas quase que não tinha vida própria. Se queríamos fazer algo secreto, tínhamos de o fazer sem ele», conta ainda Drenthe.