Fernando Santos, selecionador nacional, em declarações na sala de imprensa do Dragão, após a goleada por 4-1 frente à Croácia, no arranque da Liga das Nações:

«Há sempre muita coisa para melhorar. Não há jogos perfeitos, há sempre muita coisa a melhorar. Queremos ser sempre melhores, vamos defrontar equipas de enorme qualidade e temos de melhorar para manter o nível destes últimos anos.

Acho que a exibição da equipa foi bem conseguida. A equipa que jogou mostrou-me isso durante a durante a semana. São muitos meses longe, mas houve a preocupação de trazer jogadores que estão mais identificados com o processo, mas falámos duas ou três vezes deste assunto. É normal, os jogadores estão dez meses fora e desligam. Têm de o fazer porque jogam nos seus clubes de formas diferentes. É normal que seja preciso relembrar estas coisas.

Uma das coisas fundamentais é a alegria e o prazer que eles demonstram quando cá vêm. Sabia que íamos fazer um bom jogo, mas não sabia se íamos ganhar. Não sou vidente. Percebesse que eles sentem a alegria e o prazer quando estão na seleção. Tínhamos a limitação do ponto de vista físico, mas a equipa surpreendeu-me positivamente. Isso foi fruto da inteligência da equipa, além da enorme qualidade técnica. Soube dosear o jogo no processo ofensivo e defensivo, esteve sempre muito compacta. Na primeira parte então foi muito evidente perante um grande adversário.

Quem obrigou a Croácia a jogar mal foi Portugal. Nunca deu oportunidade à Croácia para pegar no jogo como tanto gosta. Fomos muito criativos com bola, tivemos três bolas ao poste e várias situações para marcar. Podíamos ter saído com outro resultado. 

Na segunda parte Portugal não foi tão mandão, mas controlou muito bem o jogo e tirámos proveito de uma situação importante. A Croácia tinha de fazer mais ofensivamente e se tivéssemos organizados e jogássemos a um ou dois toques, podíamos resolver o jogo. Foi uma boa exibição, mas há muita coisa a melhorar. Agora temos de jogar na Suécia.»

[Sobre a utilização de Danilo em detrimento de R. Neves]:

«Podia perfeitamente ter jogado o R. Neves. Não tendo o Ronaldo, a mobilidade ofensiva manteve-se. Mesmo quando joga, ele não joga fixo. Joga sempre à esquerda com um jogador mais rectilíneo como o Jota e à direita um jogador com mais bola no pé. Quando vemos que o adversário tem capacidade no espaço aéreo, tomamos decisões. Felizmente, a minha decisão não é entre um jogador bom e um assim-assim. A decisão é sempre entre dois grandes jogadores e posso optar mediante o adversário ou as limitações em cada momento. O que seria mau para mim e para a seleção, era se não tivesse sempre grandes jogadores para cada posição.»