A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) propôs hoje ao Ministério da Educação que teste numa amostra de escolas, até ao final do ano lectivo, o novo regime de avaliação de professores, considerando uma «irresponsabilidade» não o fazer.

Em comunicado, a estrutura sindical, que hoje reuniu com a tutela sobre esta matéria, afirma que seria «uma irresponsabilidade submeter no escuro, sem testar, um regime de avaliação de que se desconhecem as consequências».

Professores: «Mau método»

Em declarações à Agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Educação admitiu que a proposta é para analisar mas considerou difícil a sua concretização. «O Estatuto da Carreira Docente impõe calendários para a avaliação e estipula que só haverá progressão na carreira após a aplicação do novo regime de avaliação, pelo que vimos com dificuldade o adiamento do processo», afirmou Jorge Pedreira.

No comunicado, a maior federação sindical de professores afirma que muitos dos itens propostos nas fichas de avaliação são de «elevada subjectividade», podendo daí resultar «graves penalizações para os professores».

«Como podem ser classificados «disponibilidades», «empenhamentos» ou a «criação de climas favoráveis»? Que indicadores de medida existem para classificar tais itens de tão elevada carga subjectiva?», questiona a FENPROF.

Para Jorge Pedreira, as críticas ficam sem efeito a partir do momento que o sindicato não apresenta nenhuma proposta. «É uma imposição inconsequente», afirmou. No comunicado, a FENPROF sublinha que recebeu as propostas do Governo sobre as fichas com dois dias de antecedência.