«Ai Vando até quando» foram as palavras que romperam o silêncio que marcou este sábado o funeral de Osvaldo Beagi, um dos jovens assassinados domingo à noite em Rio de Mouro, e ao qual assistiram várias centenas de pessoas.

O corpo do jovem, de 19 anos, saiu da Igreja Matriz de Rio de Mouro (Sintra), localizada a escassos metros do local onde o jovem foi baleado perante a emoção de muitas centenas de pessoas entre as quais se distinguiam vários jovens com camisolas brancas e cor-de-rosa com inscrições onde se lia «Um amigo, um irmão, um companheiro. Jamais te esqueceremos, descansa em paz».

Jovens em silêncio no funeral de adolescente

O «filme» de um duplo homicídio (vídeo)

«Até ao dia do encontro» era outra das frases que se podia ler nas várias camisolas envergadas por jovens emocionados e inconformados que marcaram presença no funeral de Osvaldo que também era conhecido por Vando.

«A mãe está internada, nem se consegue despedir do filho. Deve estar a sofrer muito devido à forma como o perdeu», gritava emocionada uma amiga do jovem.

Já no cemitério, a urna foi transportada aos ombros de vários jovens numa última homenagem a Osvaldo.

Tal como aconteceu no funeral de Francisco, realizado este sábado de manhã, no Cacém, o funeral não contou com a presença de políticos nem autarcas e a presença dos agentes da PSP não era visível.

No exterior do cemitério encontravam-se alguns elementos da PSP, que quando questionados pela Lusa se estavam no local por causa do funeral, afirmaram apenas estar em «patrulhamento».

Apesar de as autoridades recearem confrontos durante os funerais, ambos ocorreram num clima de passividade marcada apenas pela emoção e onde a maioria dos presentes eram jovens.