O Sp. Braga esclareceu que a proposta de alteração dos Estatutos, que será votada na Assembleia Geral Extraordinária de 3 de fevereiro, visa adequar o documento à realidade atual.

O tema mais controverso, relacionado com a proposta de eliminação da maioria da SAD por parte do clube, levou o clube minhoto a explicar que esse ponto dos Estatutos deve ser revisto por não estar de acordo com a realidade atual.

«Em todas as sociedades desportivas em que o S.C.B. participe nos termos do número anterior, existentes ou futuras, será mantida, directa ou indirectamente, a maioria do capital social e número de votos correspondente a essa posição societária», lê-se no artigo 110.º.

Lembra a direção do clube que o Sp. Braga nunca teve a maioria SAD desde a sua constituição em 1998 e que a norma foi introduzida em 2015, quando havia a expectativa de a Câmara Municipal doar ao clube as ações que tinha na posse e que permitiam assegurar a maioria do capital social da SAD.

«Nesse caso, juntando as ações do clube e da Câmara Municipal de Braga, o clube passaria a ter a maioria que pelos estatutos teria de manter. Sucede que isso não se verificou. A Câmara Municipal de Braga vendeu as ações em bolsa a terceiros. Por isso, a norma tornou-se incongruente e obsoleta, desde logo porque é impossível ao clube manter uma maioria que de resto nunca teve», detalha o clube.

«Apenas com o intento de eliminar tal incongruência e porque a eliminação não afeta em nada a vida do clube e os seus sócios, nem a SAD, é que o Conselho Geral propôs tal alteração. Objetivamente, na prática, nada se altera. (...) Formalmente elimina-se uma incongruência e um artigo estatutário que não reflete e nunca refletiu a realidade. Esta alteração não permite, por exemplo, que a Direção passe a ter mais poder sobre a alienação de ações na titularidade do clube, nem retira qualquer poder sobre o tema aos sócios», acrescenta-se.

O Sp. Braga detém 36,99 por cento das ações da SAD, sendo que a Qatar Sports Investment (entidade detida pelo estado do Qatar e que é proprietária dos franceses do PSG, possui 29,60 por cento. A Sundown Investments tem 17,04 por cento e 16,37 por cento estão espalhados por outros acionistas.