O Sporting encerrou a triologia do fim de semana de terror dos três grandes com um empate muito duro. Duro sobretudo porque impediu a equipa de subir à liderança da liga antes do dérbi da Luz, mas duro também porque significou a perda de mais dois pontos em casa.

Começa a ser um hábito e, na perspetiva leonina, claro, não é bom.

Foi o terceiro nulo nos últimos cinco jogos em Alvalade, o que denota aqui um padrão que vai muito para além do resultado. A verdade é que já ninguém vai a Alvalade disputar o jogo pelo jogo, e o Sporting não está a conseguir encontrar uma solução para esse problema.

A Académica, por exemplo.

Surgiu em Lisboa depois de três vitórias consecutivas e por isso naturalmente moralizada, mas começou por não fazer mais do que qualquer outro adversário.

Defendeu com muita gente, colocou o ponta de lança a cair em cima de William, foi travando o futebol leonino e aumentando a intranquilidade do adversário. É verdade que o Sporting teve três ocasiões para fazer o golo na primeira meia hora, mas nessa altura apareceu aquele que viria a revelar-se o melhor em campo. O guarda-redes Ricardo, claro.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores

A Académica, há que dizê-lo, não foi o único problema do Sporting. A equipa desbaratou por exemplo os vinte minutos finais da primeira parte. Perdeu intensidade, cometeu muitas faltas a meio campo que travaram o ritmo e deixou a Académica sentir-se mais confortável no jogo.

Na segunda parte, aí sim, o Sporting voltou a carregar com força.

Leonardo Jardim foi rápido a reagir, não perdeu muito tempo para trocar André Martins por Slimani e pressionar a baliza da Académica com aquele perigo ambulante que é o argelino: um homem capaz de ressuscitar qualquer bola bombeada para a área.

Slimani tem sempre um mérito, por muito infeliz que possa ser a exibição: contagia as bancadas, e por arrasto contagia os colegas também.

Logo depois de entrar em campo, por exemplo, recebeu de Montero e falhou escandalosamente na cara de Ricardo, mas mostrou a toda a gente que o Sporting estava vivo. A partir daí sucederam-se as ocasiões de golo junto à baliza de Ricardo: e lá está, Ricardo transformou-se em herói do jogo.

Os destaques: Ricardo, uma espécie de milagre

Halliche quase fez autogolo, Montero quase marcou por duas vezes e até Dier ameaçou de livre.

O que aproximou o resultado de um milagre na perspetiva da Académica. Um milagre que deu muito trabalho, é verdade, e apesar de retraída, sofredora e pequenina, a equipa soube ser sólida.

Bem vistas as coisas não pode dizer-se que o Sporting tenha jogado mal. Não marcou, apenas isso. Falhou o regresso à liderança, e tirou uns centímetros de emoção ao dérbi da Luz.

As más notícias não terminam aí, porém: já no período de descontos William Carvalho viu um amarelo e falha o dérbi da Luz. Foi o segundo castigo duro da noite para o Sporting.