O presidente do Sporting reagiu esta quarta-feira às críticas do presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, sobre o caso Bruma e os processos disciplinares instaurados a jogadores do plantel leonino.


Veja o comunicado na íntegra:


«A Sporting SAD não pode ignorar as constantes alusões do presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol sobre o Sporting Clube de Portugal, ou a assuntos a si relacionados.


Em primeiro lugar, não podemos deixar de lamentar o comunicado elaborado pelo referido Sindicato, onde demonstrava o seu desagrado sobre a decisão da CAP no caso ¿Bruma¿.


Como sempre dissemos, este caso era importante, não só para o Sporting, mas também para o futebol nacional, para os clubes e para os atletas. Apesar de a CAP ter vários membros indicados pelo Sindicato e pelo facto de a decisão ter sido unânime, o comunicado transpareceu que a vontade de Joaquim Evangelista era bem diferente daquela que foi decidida.


Se juridicamente ficou inequívoco que a razão pertencia ao Sporting Clube de Portugal, o desfecho prático desta situação, com a transferência do atleta para o Galatasaray, demonstrou que para além de ter razão, o Sporting foi inexcedível, tanto em defesa dos seus interesses, como dos do jogador.


Isto sim, deveria ter sido alvo de comunicado pois, apesar de tudo o que aconteceu, esta Administração e eu próprio fizemos questão de lutar até ao final, na salvaguarda do Clube e pelos interesses do jogador.


Assim, reiteramos, ganhou o futebol nacional e não qualquer tipo de visão sectarista do mesmo.


Aproveitamos para felicitar publicamente todos os membros da CAP que souberam defender o futebol nacional e, em particular, os clubes que apostam na formação e nos seus atletas.


Quanto a processos disciplinares, concordamos com toda a filosofia defendida pelo presidente do Sindicatos dos Jogadores Profissionais de Futebol. De facto, acreditamos que possam existir casos no mundo do futebol de abusos sobre os atletas. Falta apenas, para dar a credibilidade necessária, a outra parte. Aquela onde existem atletas que fingem lesões, que não treinam com zelo, que não jogam com dedicação, que não cumprem normas, que forçam a chegada ao último ano de contrato para chantagearem os clubes, que agridem dirigentes e colegas, que forçam a saída dos clubes, enfim, tudo aquilo que todos sabem, mas que todos têm receio de admitir.


Temos de ser exigentes para todos os lados e não continuar a fingir que apenas as entidades patronais têm obrigações, todos têm e os atletas não podem deixar de ser responsabilizados pelos seus actos.


O Sporting Clube de Portugal nada tem a ver com a gestão dos sindicatos, mas para o futebol nacional seria importante que todos soubéssemos distinguir o interesse comum do particular, e ter a coragem de apontar o dedo aos clubes quando for caso disso, mas também, aos atletas, quando houver razão para tal.


O Sporting tem um comportamento exemplar no que diz respeito ao cumprimento da lei e na defesa intransigente dos seus activos, bem como, da união dos seus grupos de trabalho e não admite ver o seu bom nome referido no meio de oratórias onde estão incluídas palavras como ¿condutas abusivas¿, ¿tentativas de pressão¿ e similares.


Todos temos deveres, pelo nosso lado temos o máximo cuidado na escolha de contextos e palavras, quanto ao que a outras pessoas ou instituições diz respeito, o mesmo terá forçosamente de acontecer no que a nós, Sporting Clube de Portugal, concerne.


Bruno de Carvalho

Presidente do Sporting Clube de Portugal e Sporting SAD»