Vitinha, médio do Paris Saint-Germain, analisou a atual temporada dos três grandes portugueses, admitindo que é notório o trabalho de Rúben Amorim e a mais-valia que é Gyökeres, mas que «agora é que vêm os momentos mais difíceis».
Em entrevista ao Maisfutebol, o internacional português destacou também que tem visto o Benfica «um bocado a cambalear» e dá total «mérito» ao FC Porto pela eliminatória frente ao Arsenal.
O que tem achado dos três grandes?
Normalmente quando saímos no primeiro ano estamos sempre muito mais atentos. Mas à medida que os meses vão passando, queremos mais tempo para nós e deixamos o futebol português em segundo plano. No primeiro ano acompanhava todos os jogos, pelo menos dos três grandes, mas este ano foi um pouco mais intermitente. Gosto de saber o que se passa a cada jogo, embora não os veja a todos, mas tento estar sempre muito ligado a Portugal.
E o que tem visto?
Este ano vejo um Sporting muito bem estruturado, sendo notório os vários anos do Amorim. É um Sporting muito forte, com bastantes bons jogadores. A vinda do Gyökeres traz mais uma arma e melhora a forma de jogar que já tinham, permitindo um escape à equipa. O Sporting já era forte, mas este ano está claramente mais! Resta agora saber se conseguem manter essa constância até ao final da época, porque agora vêm os momentos mais difíceis.
E o Benfica?
Vejo o Benfica um bocado a cambalear. Começou bem, mas depois teve momentos menos bons. Apesar de nunca terem estado mal, nota-se alguma instabilidade. Mas estão perto do primeiro lugar e o Benfica é o Benfica, é preciso ter sempre em conta.
O FC Porto também tem de ser levado em conta?
O FC Porto apesar de não ter começado tão bem, com algumas dúvidas pelo caminho, apresenta-se sempre muito forte. São uma equipa que ninguém quer defrontar. Embora ainda haja uma diferença pontual para o primeiro lugar, tenho a certeza que naquela casa se vai lutar até ao fim. Se perguntarem ao Sporting e ao Benfica, tenho a certeza que não dão o FC Porto como afastado do título.
Neste momento atual do FC Porto, com um desempenho menor no campeonato, mas na Liga dos Campeões quase eliminam o Arsenal! Como se explica esta discrepância?
O futebol não é uma ciência exata. Às vezes é difícil de explicar. Tenho a certeza que os jogadores do FC Porto quando jogam contra qualquer equipa estão a cem por cento. Mas também um jogo da Liga dos Campeões é o expoente máximo da carreira de um futebolista, é normal que, mesmo não querendo, estejamos sempre mais alerta para um jogo destes do que para um da Liga. Sempre foi muito conhecida a dificuldade de defrontar o FC Porto na Liga dos Campeões, porque montam uma estratégia forte e dificultam muito uma eliminatória para qualquer equipa, mesmo sendo a melhor do mundo. Há quem dê mais demérito ao Arsenal, mas há muito mérito do FC Porto e da forma como montou a estratégia. Foram dois jogos diferentes. Vimos um FC Porto a ganhar 1-0 ao Arsenal em casa e a disputar a eliminatória de igual para igual. Mas nos penáltis acabou por cair para o lado do Arsenal. Obviamente que a minha opinião é um pouco enviesada por ser portista, mas para mim o FC Porto seria um justo vencedor da eliminatória. Mas é difícil de explicar, no campeonato acabam por perder pontos com equipas não tão grandes. É preciso procurar outras estratégias, pois não é a mesma coisa que jogar contra o Arsenal. O FC Porto este ano pecou um pouco, mas as equipas do campeonato português estão cada vez mais bem preparadas e já não existem equipas fracas. Todas dificultam a vida aos grandes.
O Sérgio Conceição gosta de preparar os grandes jogos. O grupo sente este gosto especial do treinador em preparar estas ‘batalhas’?
De notar que ele demora o mesmo tempo a preparar o jogo com Arsenal e o jogo contra o Chaves, Tondela ou a equipa que for. É normal que se perguntarem a qualquer jogador nós queremos jogar os grandes jogos. É normal que haja um gosto especial em jogá-los.