Na noite de segunda-feira, Abdessalem L. desceu da sua scooter nas ruas de Bruxelas (Bélgica), matou a tiro duas pessoas com camisolas da seleção da Suécia e feriu um taxista, antes de se colocar em fuga. O homem, tunisino, foi abatido pela polícia na manhã desta terça-feira.

Depois de perpetrar o ataque, que originou a suspensão do Bélgica-Suécia, Abdessalem L. partilhou uma mensagem nas redes sociais a identificar-se como membro do Estado Islâmico.

«Amamos quem nos ama e odiamos quem nos odeia. Vivemos para a nossa religião e morremos pela nossa religião. O vosso irmão vingou-se em nome dos muçulmanos. Matei três suecos até ao momento. A quem eu fiz mal, perdoem-me. E eu perdoo toda a gente. Salam Aleykoum.»

Embora não tenha especificado os motivos para o brutal ataque, as autoridades belgas reconhecem que Abdessalem L. terá procurado especificamente adeptos suecos como forma de vingança. Terá igualmente atuado por conta própria.

Nos últimos meses, na Suécia, multiplicaram-se os atos públicos contra o Alcorão, o texto mais sagrado do Islão, originando indignação e ameaças por parte de jihadistas.

Abdessalem L. estava de forma ilegal na Bélgica. O homem de origem tunisina, de 45 anos, requereu asilo em 2019, mas o pedido foi negado. Como consequência, o seu registo foi retirado da comuna em 2021, sem que tenha recebido ordem para abandonar o país.

Já antes, em 2016, tinha sido identificado como uma pessoa com perfil radical, mas nada foi feito. «Isso fazia parte de dezenas de relatórios diários deste género», explicou o Ministro da Justiça belga, Vincent Van Quickenborne.

Recentemente, Abdessalem L terá ameaçado um residente de um centro de asilo em Kempen, na Alemanha, que garantiu que ele tinha sido condenado por terrorismo na Tunísia. Porém, o Centro Comum de Informação adianta que a condenação tinha sido por delitos comuns e não por terrorismo e que, «por isso, não foi detetada qualquer ameaça terrorista iminente.»