O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social garantiu esta quarta-feira que a «prioridade fundamental» do Governo é a manutenção do emprego em Portugal, em resposta às acusações do PCP de «falta de respostas» governamentais à crise, noticia a Lusa.

Governo «esconde-se atrás da crise»

Na intervenção inicial da interpelação comunista ao Governo, sobre a situação social, desemprego e pobreza, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, acusou o Governo de «se esconder atrás da crise internacional», responsabilizando o executivo pela «crise nacional» que «já existia antes».

Com governo PS «todos os indicadores pioraram»

Bernardino Soares sustentou que no mandato do governo PS «todos os principais indicadores económicos e sociais pioraram» e afirmou que a degradação do tecido empresarial português deverá elevar para 100 mil o número de desempregados, correspondentes a uma taxa efectiva de 11 por cento.

«Aumento do desemprego para níveis desde há 30 anos»

Para o líder parlamentar comunista, o subsídio de desemprego «é bem o exemplo de que o Governo não tem respostas para a crise, porque decidiu alterar as regras de atribuição, perante o aumento do desemprego para níveis inéditos desde há 30 anos», excluindo dele «mais de metade do desemprego efectivo».

«Este Governo é o principal responsável pela situação que o país vive. A sua obsessão pelo défice à custa de cortes cegos na despesa pública destruiu a economia, degradou os rendimentos dos portugueses. E agora nem défice controlado nem resposta à crise».

Bernardino Soares elencou os «sistemáticos encerramentos de empresas, o lay-off, os salários em atraso, a pobreza e o «enorme flagelo do desemprego».

Para demonstrar a prioridade dada ao emprego, Vieira da Silva lembrou a Iniciativa Emprego 2009, que apoia a «manutenção dos empregos nas empresas mais vulneráveis e dos mais vulneráveis ao desemprego de longa duração, os trabalhadores com mais idade das micro e pequenas empresas».

O ministro afirmou ainda que a redução da taxa social única em três pontos percentuais, recentemente decidida pelo Governo, também permite «apoiar directamente» mais de meio milhão de empregos.

Por outro lado, Vieira da Silva apresentou dados que apontam para um aumento de dois mil milhões de euros nos gastos com prestações e apoios sociais da Segurança Social sem contrapartida contributiva nos últimos cinco anos.

Mas, para o ministro, defender o emprego, implica «investir na defesa da solidez económica do tecido empresarial do país». Por isso, insistiu na necessidade de estabilização do sistema financeiro, em resposta às acusações comunitas de «só ter resposta para a banca».

«Restaurar os fluxos de crédito é a chave para a recuperação, em Portugal e em todo o mundo», afirmou Vieira da Silva, que colocou esta medida, a par com o relançamento do investimento público e privado, como «vectores essenciais» na estratégia de recuperação do país.