O equilíbrio foi a nota dominante em mais uma jornada da Liga portuguesa. A prova aproxima-se do seu final e fica marcada pelas emoções fortes em várias frentes, da luta pelo pódio à fuga desesperada dos últimos lugares da tabela classificativa.

Houve golos em todos os estádios e incerteza no resultado até aos derradeiros momentos. Vantagens mínimas no marcador, apenas quebradas no Restelo (o V. Setúbal marcou o terceiro ao minuto 86), em Arouca (o 2-0 chegou no período de descontos) e na Choupana (o 2-4 apenas ao minuto 87). 

O campeonato está animado, restam poucas dúvidas. A 23ª jornada começou com um empate no Estádio Cidade de Coimbra, entre Académica e Sp. Braga (1-1). O resultado parecia encaixar melhor na contabilidade dos homens de negro, mas Jorge Paixão não se pode queixar.

A Académica de Sérgio Conceição mantém o seu rumo tranquilo e o Sporting de Braga aproveitou o ponto conquistado para ganhar vantagem sobre o Vitória de Guimarães e o Marítimo, isolando-se na sexta posição.

Seguindo uma linha temporal, abre-se um parágrafo para a polémica vitória do Rio Ave na visita ao Gil Vicente (1-2). Rúben Ribeiro justificou a confiança de Nuno Espírito Santo e colocou a formação visitante em vantagem antes de dois castigos máximos, um para cada lado. Hugo Viera fez o empate, Ukra garantiu a vitória ao cair do pano.

Um pouco mais tarde, o Estoril voltou a demonstrar a sua capacidade de superação. Com várias baixas no onze, Marco Silva agradeceu o momento de inspiração de João Pedro Galvão e a entreajuda do grupo após a expulsão de Ruben Fernandes, a caminho do intervalo.

O Marítimo não conseguiu anular a desvantagem no Estádio Coimbra da Mota (1-0) e deixou o Sp. Braga escapar. O Vitória de Guimarães, na extensão de um ciclo negativo de resultados, foi pelo mesmo caminho. Exibição pouco conseguida na receção ao Paços de Ferreira.

Jorge Costa conseguiu tirar o Paços da zona de despromoção, algo inédito na história desta Liga 2013/14. André André inaugurou o marcador, Bebé fez o 1-1 e Sérgio Oliveira chocou o público do Estádio D. Afonso Henriques com um pontapé soberbo a escassos minutos do final (1-2).

A formação pacense ultrapassou Belenenses e Olhanense. Os homens do Restelo não demonstraram argumentos para travar um interessante Vitória de Setúbal. Rafael Martins bisou na partida mas seria Ricardo Horta a anular a resposta de Tiago Caeiro. Cenário preocupante no emblema da Cruz de Cristo (1-3).

O Olhanense não está melhor, longe disso. Em Arouca, num jogo determinante para a fuga à zona de despromoção, o triunfo sorriu aos locais. Roberto marcou o primeiro de dois castigos máximos, com Lassad a selar a vitória em período de descontos, da mesma forma (2-0). Também aqui houve espaço para polémica e protestos da formação visitante.

Domingo à noite, hora de clássico. O Sporting a entrar melhor e o FC Porto a respondeu com lances de bastante perigoso, surgindo Ricardo Quaresma como o dragão com maior inspiração. O golo chegaria já na etapa complementar, num lance em que André Martins apresenta uma posição irregular para servir Islam Slimani. O argelino voltou a demonstrar a sua eficácia: um cabeceamento perfeito a garantir a vitória leonina (1-0).

Hélton abandonou o relvado com uma lesão grave – e debaixo de aplausos de muitos adeptos do Sporting – e o pós-clássico ficou marcado por comentários sobre a arbitragem de Pedro Proença. A equipa de Leonardo Jardim reforçou o segundo lugar, deixando o FC Porto a cinco pontos de distância.

O título está cada vez mais longe do Dragão. Jorge Jesus disse que o resultado do clássico era indiferente para o Benfica mas a verdade é que a vitória do Sporting terá permitido aos encarnados deixar um dos rivais a uma distância irrecuperável: 12 pontos.

Candeias ainda deu uma dor de cabeça ao treinador do Benfica, após um desvio de Luisão com o braço (contestado pelos visitantes). Porém, o carrossel ofensivo das águias voltou a provocar estragos. Lima abriu caminho, Rodrigo desenhou o cenário de reviravolta com um remate fantástico e Garay aumentou a diferença a ainda antes do intervalo. Djaniny assustou mas Garay apareceu de novo.   2-4 e candidatura reforçada na Madeira.

[artigo original 00h22]