«Preferimos pensar que o jogo mais importante da época vai ser final da Taça de Portugal.»

Esta foi a frase de João Pedro Sousa que desencadeou a tensão entre Sérgio Conceição e o treinador do Famalicão, que culminou com a expulsão do timoneiro do FC Porto no final da partida entre as duas equipas.

Mas vamos por partes.

João Pedro Sousa proferiu as palavras acima citadas a 25 de abril, na conferência de imprensa de antevisão à primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, que os dragões venceram por 2-1.

Essa partida foi pacífica e nada fazia prever este desenrolar da situação.

É que na noite de quinta-feira, quando Otávio fez o 2-2 aos 120+1 minutos da partida da segunda mão, Conceição, em êxtase, correu para os seus jogadores a festejar. Pelo meio, dirigiu logo algumas palavras ao banco do Famalicão.

No regresso ao seu próprio banco, o verniz estalou. A insatisfação de Conceição subiu de tom, o técnico azul e branco dirigiu-se mesmo a João Pedro Sousa de forma exaltada e acabou expulso pela 23.ª vez na carreira.

No final do encontro, já na conferência de imprensa, Sérgio Conceição recordou as palavras do homólogo famalicense antes do início da eliminatória.

«O senhor [João Pedro Sousa] veio aqui e chamou o Pepe de mentiroso e disse que eu era mal-educado e mal-formado. Se calhar ele é que é. O tal treinador disse que o jogo mais importante era a final do Jamor. Expetativas altas, desilusão alta», disse, em alusão à situação entre Pepe e Columbatto – o capitão do FC Porto acusou o médio argentino de racismo, João Pedro Sousa defendeu o seu pupilo: «Sejam jogadores, sejam treinadores, dirigentes, quem disser que o Colombatto ofendeu alguém, é mentira.»

A justificação de Conceição

Ainda sobre o momento do festejo junto ao banco do Famalicão, Conceição justificou-se com a celebração de Iván Jaime quando fez o 2-1 para os minhotos, que na altura empatou a eliminatória.

«Quando me levantei, fui festejar e fiz exatamente o mesmo que o atleta do Famalicão fez quando celebrou o segundo golo praticamente na direção do Super Dragões. Não falei com ninguém, só fui de punhos cerrados e fui expulso», defendeu-se Sérgio.