O FC Porto despertou com a surpreendente notícia sobre a saída de César Peixoto, treinador do próximo adversário, o Moreirense. Sérgio Conceição não sabe se os cónegos chegam mais fragilizados, nem acredita em grandes mudanças relativamente ao processo recentemente implementado. Sabe, isso sim, que quem paga «sempre» é o treinador. 

«Nós tínhamos preparado o jogo em função da nossa equipa, mas olhando para o Moreirense com o César como treinador. Não sabemos como vão ser as coisas amanhã. Foco total na nossa equipa, olhando para as características dos jogadores do Moreirense. Será que jogam em linha de cinco ou mudam? Teremos de perceber», referiu o treinador em conferência de imprensa. 

Conceição, uma exceção de estabilidade no cargo e rodeado de muitas saídas e entradas de colegas, refletiu sobre o cenário existente na liga portuguesa.

«Tantas saídas? Não sei se faz sentido, não conheço a realidade de outros clubes. Estou na minha quarta época no FC Porto. As condições que os treinadores têm para trabalhar... enfim, quem paga é sempre o treinador. Muitas vezes de forma injusta. Não é em poucos meses que se consegue mudar a cara de uma equipa. Quando faltam os resultados, quem paga é o treinador.»

Ainda assim, o treinador do FC Porto duvida da fragilidade súbita do Moreirense. «Não sei se chega mais fragilizado. Desconheço o contexto da saída. Talvez seja hora de as tropas se unirem, não sei. Vamos lá ver uma coisa: não me acredito que o Moreirense vá ser muito diferente do que tem sido. No plano psicológico, os jogadores infelizmente estão habituados a mudar muitas vezes de treinador. A motivação será sempre alta porque do outro lado está o FC Porto.»

Ironicamente, Sérgio Conceição conseguirá no jogo com o Moreirense entrar no pódio dos treinadores com mais jogos no FC Porto. Apenas atrás dos históricos José Maria Pedroto e Artur Jorge. Um outro mundo.

«O que representa isso? Que o presidente tem tido paciência comigo (risos). Olhando para o histórico do clube, com grandíssimos treinadores, sinto uma enorme alegria. Represento o meu clube, mas sei que isto é volátil. Dependemos de resultados. Aqui temos o exemplo contrário da instabilidade que há nos treinadores. Tenho um grande presidente e isso é essencial para os treinadores terem bons resultados.»