Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações à Sport TV, depois da vitória sobre o Sporting (2-1, ap), na final da Taça de Portugal:

Sensações depois da vitória nesta final?

- Obviamente que as sensações são boas, mais um título, enfim, fizemos o nosso papel, fizemos um bom jogo, faltou algum discernimento, mas é normal, é uma final. A vitória é justíssima, perante um sporting sempre competitivo, mesmo em inferioridade numérica, continuou a ser um adversário incómodo, muito difícil de travar. Passaram a jogar em 5x3x1, onde o Gyokeres é um avançado muito chato. Os nossos centrais, em termos estratégicos, não pecámos como no jogo em Alvalade. Os nossos dois centrais nunca se desposicionaram, um no duelo, outro na cobertura, porque ele é um jogador forte. A equipa, sem bola, esteve sempre muito concentrada, permitirmos muito pouco ao Sporting.

Ficou muito emocionada, são lágrimas de despedida?

- Vocês viram a forma como estávamos a dar indicações aos jogadores, eu e o Ruben, e quando há penálti fui chamar o Evanilson junto à linha. Ficar sem a equipa nestes momentos finais foi muito doloroso porque isto é um bocadinho o que se tem passado ao longo dos anos. Eu não digo que não tenha errado, errei muitas vezes. Uma ou outra expulsão foi merecida, mas hoje acho que não. Tenho de me penitenciar, tenho de melhorar, tenho de ficar um pouco mais bloco de gelo. Vou tentar. Uma final vivida desta forma, fair-play no retângulo e depois expulsar o treinador numa final não faz sentido. Isso associado à emoção de ganhar mais um título, acabar a sua vida como presidente, como dirigente, e dar as boas-vindas ao novo presidente, ao André Villas-Boas, que tenha uma caminhada tão gloriosa como a do presidente que agora nos deixou.

Futuro?

- Tem-se especulado muito, mas fiz questão de não anunciar antes para depois não dizerem que falei porque ganhei ou porque perdi. Não quis, quis dar a entender às pessoas que esta situação está muito bem definida na minha cabeça e vocês vão saber nos próximos dias.

Mas já tomou uma decisão?

- Já tomei uma decisão.

Alguém terá de o convencer a ficar?

- Não é uma questão de convencerem, é olharmos para o futuro do FC Porto e ver qual a melhor situação. Acho que temos de unir o FC Porto e não dividi-lo. Tudo o que foi falado fora do Olival e fora do Dragão, não foi fácil gerir, foi muito difícil de gerir. Tomei decisões muito duras. Uma palavra para o Jorge, para o Franco e para o Toni. Ponderei muito, fiz isto pela primeira vez na carreira, custou-me muito. Tinha de ser porque vejo sempre a equipa em primeiro lugar. O Franco e o Toni tiveram sempre máximo respeito por mim. Queria dedicar esta vitória à minha família e tenho de recordar sempre os meus poais, se não fossem eles, era muito difícil estar aqui,