«Os parceiros de coligação estão prontos para formar governo», anunciou Nawaz Sharif numa conferência de imprensa conjunta com o viúvo e líder do partido da ex-primeira-ministra assassinada em Dezembro, Asif Ali Zardari.
Depois de semanas de negociações, o Partido do Povo Paquistanês (PPP), de Bhutto, e a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (LMP-N), de Sharif, anunciaram ter chegado a acordo sobre duas questões essenciais: a coligação e o futuro dos juízes do Supremo Tribunal afastados em Novembro pelo presidente, Pervez Musharraf.
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Nawaz Sharif explicou que o seu partido vai integrar uma coligação federal dirigida pelo PPP, vencedor das eleições de 18 de Fevereiro.
Em contrapartida, Ali Zardari concordou em submeter ao Parlamento, dentro de um mês, a reintegração dos juízes, afastados por Musharraf numa altura em que o tribunal devia deliberar sobre a validade da reeleição presidencial, veredicto que fontes judiciais indicavam na altura ser provavelmente desfavorável ao chefe de Estado.
Sharif disse ainda que Musharraf «deve convocar o novo Parlamento imediatamente».
Musharraf continua sem convocar parlamento
Três semanas depois das eleições, Musharraf continua sem convocar o novo parlamento apesar dos insistentes apelos dos partidos, mas sexta-feira prometeu fazê-lo dentro de «uma semana ou uma semana e meia».
O PPP venceu as legislativas, elegendo 113 deputados, mas entretanto, num sinal da crescente influência da oposição num país governado há anos por um regime autoritário, sete deputados independentes juntaram-se ao partido da ex-primeira-ministra, pelo que o PPP tem agora 120 dos 342 assentos na Assembleia Nacional.
Quatro outros independentes juntaram-se à LMP-N de Sharif, segundo partido mais votado nas legislativas e que conta agora com 90 assentos parlamentares.
O partido que apoia o presidente, Pervez Musharraf, e que governou até agora o país, a Liga Muçulmana do Paquistão-Q, ficou-se pelos 51 deputados eleitos.
Os dois partidos vencedores ficam contudo aquém da maioria de dois terços necessária para destituírem o presidente, Pervez Musharraf.
Musharraf está na presidência do Paquistão desde que liderou o golpe de Estado militar de Outubro de 1999 e submeteu-se, em 2002 e em 2007, a eleições, das quais saiu vencedor.
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