Cinco islamitas alegadamente ligados à al-Qaeda foram esta quinta-feira acusados no Paquistão do assassínio, a 27 de Dezembro, num atentado, da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto e colocados em prisão preventiva por um tribunal antiterrorista, noticia a agência Lusa.

A acusação foi lida em poucos minutos pelo tribunal especial, em Rawalpindi, cidade dos arredores de Islamabad onde Bhutto foi morta num atentado suicida, juntamente com outras 23 pessoas.

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O tribunal colocou de imediato Aitzaz Shah, Hasnain Gul, Abdul Rashid, Sher Zaman e Rafaqat (seu único nome) em prisão preventiva na cadeia de alta segurança de Adiala, em Rawalpindi, segundo um responsável judicial.

«Foram acusados de envolvimento no assassínio de Bhutto e de vários outros atentados, suicídios e outros, em Rawalpindi», adiantou a fonte.

Na semana passada a polícia acusou formalmente o alegado líder da Al-Qaida no Paquistão, o chefe tribal Baitullah Mehsud, «comandante» dos talibãs paquistaneses, de ser o instigador do atentado, e os cinco suspeitos de fazerem parte do seu grupo, garantem os inquiridores.

O partido de Bhutto, que venceu, juntamente com outros movimentos da oposição, as legislativas de 18 de Fevereiro, e que pretende agora formar um governo, suspeita que destacados responsáveis do actual poder do Presidente Pervez Musharraf e dos serviços secretos tenham sido pelo menos os financiadores do assassínio.

Não apresentaram provas mas exigem um inquérito internacional sob a égide da ONU.

A polícia deteve dois dos cinco suspeitos, Shah e Zaman, perto das zonas tribais, em Janeiro, e os outros três em Rawalpindi, em Fevereiro.

Entre estes, Gul e Rafaqat já confessaram, segundo os investigadores, ter ajudado e abrigado o bombista suicida que matou Bhutto.