As novas negociações para resolver a greve dos transportes em França, que entrou na segunda semana, iniciaram-se hoje, mas o ambiente mantinha-se pesado devido a actos de vandalismo nos caminhos-de-ferro, escreve a Lusa.

Na véspera destas negociações cruciais entre sindicatos, governo e empresas, o presidente Nicolas Sarkozy reafirmou a sua determinação de «não ceder» quanto à remodelação dos regimes especiais de reforma, que está no fulcro do conflito, e pediu um rápido recomeço do trabalho.

Estas discussões tripartidas, que poderão prolongar-se por um mês, iniciaram-se hoje de manhã na RATP (metropolitano de Paris) e prosseguiram à tarde na SNCF (caminhos-de-ferro).

Entre as medidas admitidas, aumentos salariais ou a criação de reformas complementares poderão compensar o prolongamento da duração das quotizações de 37,5 para 40 anos, uma medida sobre a qual o governo recusa recuar.

Os sindicatos estão de acordo em discutir, mas os utentes mostram-se cada vez mais exasperados e os responsáveis económicos multiplicam as mensagens alarmantes quanto às consequências da greve.

Hoje de manhã, actos de vandalismo visaram as vias dos comboios de grande velocidade (TGV), cujo tráfego é superior ao das outras composições.

A direcção da SNCF denunciou uma «acção coordenada de sabotagem», como incêndios de cabos ou o encerramento de comutadores de sinalização.

Tanto as autoridades como os sindicatos denunciaram estas acções.

O índice dos grevistas, entretanto, baixou novamente hoje, situando-se nos 22,8 por cento nos caminhos-de-ferro, contra 64 por cento no primeiro dia da paralisação, a 14 de Novembro.