Depois de vários insultos dirigidos a Vladimir Putin e de inúmeras mensagens de alerta sobre a guerra na Ucrânia, Oleksandr Zinchenko visitou pela primeira vez o seu país desde o inicio da invasão russa. 

«Viver uma semana com aquelas condições e na situação em que a Ucrânia está... Foi assustador. Isto é uma guerra a sério. Mas entendi uma coisa: os ucranianos já estão habituados a esta rotina e conseguem continuar as suas vidas. Isso é incrível», começou por contar, em declarações ao «Daily Mail».

«O que o exército russo está a fazer neste momento é largar muitas bombas e mísseis durante a noite. Da 1 às 5 da manhã... talvez eles pensem que os ucranianos estarão a dormir e tentam mantê-los assustados. Imaginem tentar dormir com bebés e de repente ouve-se uma sirene. É necessário  acordar e ir para um bunker. Caso contrário, corre-se um grande risco de perder a vida. Nunca se sabe onde vai cair uma bomba ou um míssil», acrescentou.

O defesa do Arsenal conversou com várias pessoas e ouviu histórias que se recusa a partilhar. «Há uns dias, a Rússia destruiu uma barragem. Nem consigo descrever algumas histórias que ouvi. Muitas pessoas nem tiveram a oportunidade de fugir das suas casas por causa do nível da água. Ouvi uma história assustadora de uma mulher, que tinha dois bebés com poucos meses ao colo e que estava num telhado a tentar agarrar-se à última pedra para conseguir sobreviver. Infelizmente  nem ela nem os bebés conseguiram sobreviver», relatou.

Após escutar «as histórias reais e não da Internet», Zinchenko condenou os ataque a escolas. «Vejo escolas destruídas. Falei com várias crianças na escola e algumas viram soldados russos nas suas próprias casas. Alguns estavam a roubar, outros estavam a fazer coisas das quais nem quero falar. Estas são histórias reais contadas por crianças. Fiquei em choque. As crianças não mentem», sublinhou.

Zinchenko admitiu ter ficado «perdido» quando a guerra eclodiu. «O futebol é a minha vida e quando estou em campo, esqueço tudo. Fiquei perdido, mas tive de continuar. (...) Prometo que quero mesmo estar aqui [na Ucrânia] e tenho a certeza que vou viver na Ucrânia quando deixar de jogar», concluiu.

A invasão da Rússia à Ucrânia começou na 24 de fevereiro de 2021.