Quem o diz é o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), José António Barros.
Durante a cerimónia de assinatura, o responsável manifestou grande satisfação pela medida «arrojada» que o Governo decidiu tomar, e por este se tratar de um processo «rápido e concreto».
«Estou convencido que esta linha de crédito será um êxito e vai permitir a muitas empresas saírem das dificuldades em que se encontram», afirmou.
PME portugueses têm muita falta de dinheiro
«As empresas neste momento estão a sair de uma crise muito longa, muito prolongada, portanto, o principal problema das empresas neste momento é a falta de dinheiro. As PME portuguesas têm muita falta de dinheiro. Portanto, qualquer linha que permita o seu acesso rápido ao financiamento é bem vinda e é útil», disse.
É sabido que há muitas empresas em risco de fechar portas. Um risco que, segundo o responsável, está mais associado ao aumento dos custos de produção (relacionadas com matérias primas e energia) do que propriamente à dificuldade de acesso ao crédito. No entanto, admite que a conjugação dos dois factores leva a «uma situação pouco comum, com a qual os economistas lidam mal, que é a estagflação (inflação elevada e estagnação económica).
«É altura de as várias associações de empresas se unirem»
Num momento mau, como este, «as associações empresariais, como a AEP e a AIP, têm uma grande responsabilidade. Estamos numa conjuntura muito desfavorável e somos nós que temos de ajudar as empresas a dar a volta. Nós temos é que evitar que os encerramentos aconteçam, temos de mostrar às empresas que têm que reagir, que não podem cruzar os braços, e sobretudo, têm que se associar», considerou José António Barros.
«É o momento de acabarem tricas e quezílias, também entre associações, e de se associarem para ganharem escala, para ganharem dimensão, para poderem reagir a estas convulsões», defendeu o responsável, embora admita que esta associação entre associações, já tentada e falhada no passado, não é fácil.
«Estes momentos de dificuldade fazem despertar nas empresas algumas capacidades ocultas e fazem despertar algum espírito de concertação de esforços que, numa conjuntura mais favorável, as pessoas tenderiam a esquecer», acredita.
Sobre a hipótese de uma concertação entre as associações empresariais, José António Barros é peremptório: «Eu farei tudo nesse sentido. Acho que ganhar escala em Portugal é fundamental. As PME portuguesas não se podem comparar com as francesas ou espanholas. É outra dimensão. O nosso problema é de escala».
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