A TAP pediu esta quarta-feira apoio ao governo de São Tomé e Príncipe contra as medidas «proteccionistas» da transportadora aérea STP Airways e do Instituto Nacional da Aviação Civil são-tomense, que impedem o reforço da sua ligação ao arquipélago.

Segundo a agência «Lusa», Natasha d¿Alva, delegada da TAP no país, afirmou que entregou pessoalmente ao ministro das Infra-estruturas, Urbanismo, Transportes e Comunicações, Benjamim Vera Cruz, «uma carta solicitando que interceda junto da STP Airways e da INAC, face à atitude proteccionista destas duas instituições».

Em Maio, afirmou, a TAP teve «um primeiro contacto» com o INAC, em que manifestou a intenção de ter um segundo voo semanal para São Tomé.

«O INAC disse-nos que não via qualquer inconveniente em que a TAP fizesse dois voos semanais, mas que seria necessário um acordo prévio com a STP Airways. Ou seja, do ponto de vista do INAC, inicialmente não havia problemas», disse Natasha d¿Alva.

Já a 14 de Agosto, o INAC informou a TAP sobre a inconveniência «do início de uma segunda frequência neste momento, visto que a STP Airways iria iniciar os seus voos regulares».

Natasha d¿Alva adiantou que a TAP já teve dois contactos por escrito com a STP Airways, que comunicou que «não era possível chegar a um eventual acordo», chegando-se ao actual bloqueio.

De acordo com a delegada da TAP, quando a STP Airways foi criada, «contactou a TAP para rapidamente assinar um memorando que lhe permitisse iniciar as operações com duas frequências».

«A TAP não levantou nenhuma objecção, mas também ficou claro no mesmo dia da assinatura do memorando-há dois anos-que caso a TAP tivesse a mesma necessidade era só uma questão de fazer uma carta e seria acordado esse excesso de capacidade. Neste momento está a acontecer o contrário», afirmou.

Incompreensão quanto suposta ameaça

Natasha d¿Alva manifestou incompreensão com aquilo que as autoridades da aviação civil são-tomense consideram uma «ameaça».

«A STP Airways não deve ver dois voos semanais como uma ameaça porque já tivemos vários operadores para São Tomé e de cá para Lisboa. Tivemos a Air Luxor, com duas frequências semanais e TAP teve uma, a STP Airways também teve duas frequências iniciais e não prejudicou nenhuma das companhias», acrescentou.

O presidente da STP Airways disse na terça-feira à agência «Lusa» que a transportadora aérea são-tomense reinicia, na próxima semana, voos regulares para Lisboa, com um avião da EuroAtlantic, principal accionista da empresa.

Felisberto Neto adiantou que o voo semanal está marcado para a segunda-feira e será operado com um Boeing 767 de 190 lugares, da portuguesa EuroAtlantic, que ficará baseado em Lisboa.

O responsável da STP Airways adiantou que a EuroAtlantic prometeu colocar dentro de um mês em São Tomé uma aeronave menor para efectuar ligações com a ilha do Príncipe e capitais de países da região, nomeadamente Gabão, Camarões, e Guiné Equatorial.