A referida análise revela ainda que os empréstimos em incumprimento representaram 1,29% do total de créditos, um valor estimado em cerca de 3 mil milhões de euros. Esta soma é, de acordo com a Ernst&Young, uma das mais baixas da Europa, o que reflecte «as constantes melhorias dos sistemas de gestão de risco implementados pela banca».
O ambiente financeiro, que o estudo caracteriza por uma forte actividade na área dos empréstimos nos últimos cinco anos, pelo crédito total a crescer 8% entre 2002 e 2006 e pelos empréstimos individuais a representarem 53% da carteira de empréstimos, tem feito das transacções dos empréstimos em incumprimento uma escolha fundamentada, sublinha ainda a consultora.
Não cumprimento de créditos pode crescer
«Não existe um verdadeiro mercado de arrendamento de habitação em Portugal, obrigando os cidadãos a comprar as suas casas, geralmente com empréstimos que representam 80% a 90% do valor total de propriedade. Se a economia continuar atrás da média da zona euro, o desemprego a aumentar e as taxas de juro a subir, Portugal poderá aumentar significativamente a sua exposição a empréstimos em incumprimento por créditos hipotecários», diz o responsável da Ernst&Young em Portugal, José Gonzaga Rosa.
Assim, em 2008, as transacções de empréstimos em incumprimento deverão continuar ao ritmo de 100 a 250 milhões de euros por trimestre.
Após 2008, o volume das transacções está dependente sobretudo de factores macroeconómicos como o crescimento do mercado imobiliário, embora «se perspective uma evolução positiva com o crescimento da economia e com a melhoria do mercado imobiliário», conclui a consultora.
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