Contratar um crédito à habitação pode sair mais caro do que devia.

É essa a conclusão de uma análise da Associação de Defesa do Consumidor (Deco) que, ao analisar 19 instituições bancárias, percebeu que os bancos cobram entre 250 e 560 euros só para iniciar o processo.

Segundo a edição de Janeiro da revista «Dinheiro & Direitos», na investigação contabilizaram-se aumentos até 39 por cento nas comissões de abertura e avaliação entre 2006 e 2008.

«Para compensar a perda de receitas com as alterações na lei dos últimos dois anos, a maioria das instituições subiu as comissões do crédito à habitação, em especial no início do contrato. Em 10 casos, o aumento foi superior à inflação», refere a Deco.

Dos 19 bancos em análise, 10 aplicam uma comissão, mensal ou anual, durante o contrato, chamada de processamento, envio ou gestão e tem um valor médio mensal de 1,18 euros. Assim, num empréstimo a 30 anos, o consumidor paga 424,80 euros ao banco, no final.

Para a Deco (www.deco.proteste.pt), esta comissão é «questionável» dado que os juros do empréstimo «já deviam incluir todos os custos».

Os que cobram mais e menos

O Banco Popular é o banco que cobra mais pela abertura e avaliação, num total de 560 euros. Segue-se o Deutsche Bank, com 500 euros, o Millennium bcp e o ActiveBank 7 com 455 euros, o Caja Duero, com 450 euros, e o Santander Totta, com 440 euros.

No BES os custos são de 418,30 euros, no BPI 389,77 euros e na Caixa Geral de Depósitos de 362,50 euros.

Do outro lado da tabela está o Montepio, com 250 euros, e o BPN, com 275 euros.

Quanto ao processamento mensal, os que nada cobram são o BBVA, o BPI, o Barclays, o Banif Açores, a Caixa Galicia, o Finibanco, o Caja Duero e o Deutsche Bank.