O optimismo com que o Governo comentou, esta quinta-feira, os dados do Instituo Nacional de Estatística sobre a economia, taxa de desemprego e inflação contrastou com os avisos dos economistas de que o pior está para vir.

O «Jornal de Notícias» cita esta sexta-feira alguns economistas que não olham para o futuro com muita confiança. Para os especialistas, os ventos de contracção que sopram em Espanha, mas também na Alemanha e França, obriga a relativizar o desempenho da nossa economia no segundo trimestre, (até porque, em termos homólogos, cresceu 0,9%, ou seja, a um ritmo menor do que sucedia há um ano), e a antever tempos mais difíceis.

«Duvido muito que estes dados sejam sustentáveis», sublinhou, ao jornal Mira Amaral, lembrando que a crise internacional e a situação em Espanha, mercado que absorve cerca de 30% das nossas exportações, acabarão por reflectir-se por cá. O primeiro-ministro espanhol, de resto, já anunciou um vasto pacote de medidas para travar a situação.

Também o economista Nogueira Leite sublinhou que 0,4% é um crescimento «muito perto da linha da estagnação», antevendo que no final do ano os valores não vão além de 1%, o que está abaixo da meta de 1,5% do Governo.