O ministro das Finanças admite que as empresas mais frágeis terão dificuldades em enfrentar os próximos tempos, em que a conjuntura europeia revela um forte abrandamento económico, embora acredite que Portugal resistirá.

«As empresas mais frágeis terão dificuldades, naturalmente, mas no geral o tecido empresarial tem capacidade de inovação, de racionalização e de explorar novos mercados», afirmou Fernando Teixeira dos Santos, na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros.

Para o governante, a economia portuguesa revelou ter conseguido resistir, no segundo trimestre do ano, à conjuntura negativa. Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% face ao primeiro trimestre e manteve o crescimento de 0,9% face ao trimestre homólogo.

Uma evolução «comparativamente positiva», muito por causa da «capacidade revelada pelos nossos empresários de enfrentar situações adversas» e pelo nosso sector exportador, que conseguiu «diversificar em produtos e na exploração dos novos mercados, nomeadamente os das economias emergentes, que estão a crescer bem acima das economias desenvolvidas».

Por causa desta capacidade, o ministro acredita que o contributo da procura externa líquida deverá ter sido um dos factores a influenciar positivamente o andamento do PIB. Embora a estimativa rápida do INE não aponte quais os segmentos que mais ajudaram ao crescimento económico, Teixeira dos Santos acredita que o investimento tenha aguentado o crescimento, nomeadamente impulsionado pelo sector da construção, e que a procura externa tenha contribuído também, com a exportação de serviços a compensar o abrandamento na exportação de bens e com uma diminuição das importações.