As empresas aplicam a grande fatia dos seus investimentos em equipamentos e no aumento da sua capacidade de produção.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que entre 2006 e 2008 mais de metade do investimento global teve como destino a aquisição de Equipamentos, afectação que se reforçou em 2008, atingindo 63,4% do total. Nos mesmos anos, a percentagem de investimento em Construções representou cerca de 21%.

Quanto aos objectivos do investimento, os mesmos dados revelam que em 2007 e 2008, para o total das actividades, cerca de 46% do investimento teve como objectivo a extensão da capacidade de produção (com mais de 81% das empresas a referir que este investimento foi realizado no quadro do programa de produção existente), seguindo-se, com cerca de 29%, o investimento de substituição.

O Autofinanciamento continua a ser a principal fonte de financiamento para o investimento, satisfazendo 57% e 55,1% das necessidades das empresas, em 2007 e 2008, respectivamente. Esta fonte de financiamento assume particular relevância nas secções de Actividades Financeiras, onde atinge cerca de 97%, e de Electricidade, Gás e Água, com cerca de 75%.

Note-se que a secção de Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas apresenta um peso de apenas cerca de 19%.

O Crédito Bancário manteve-se como a segunda principal fonte de financiamento, representando 26,9% e 27,6% do total, em 2007 e 2008, respectivamente. Note-se que no caso da Construção e do Alojamento e Restauração as percentagens correspondentes situam-se em cerca de 50%, embora apresentando uma redução expressiva de 2007 para 2008 no segundo caso.

A evolução de 2007 para 2008 revela um aumento do peso de todos os modos de financiamento, à excepção do Autofinanciamento que diminui.

Receios de queda de vendas e de perder dinheiro impedem mais investimento

No entanto, muitas empresas apontam a existência de limitações ao investimento. Em 2007 e 2008, a Indústria Extractiva e a Transformadora foram as secções que apresentaram as percentagens mais elevadas de empresas que indicam a existência de limitações ao investimento, registando-se, valores próximos de 71% no primeiro caso e de 55% no segundo.

Do lado oposto, situa-se a secção de Actividades Financeiras, com 14,2% para ambos os anos.

Para o total das actividades, a percentagem de empresas que afirma ter limitações ao investimento aumentou para 42,5% em 2008.

Os factores limitativos ao investimento mais referenciados como principais pelas empresas continuaram a ser, para 2007 e 2008, a deterioração das perspectivas de vendas, com percentagens acima dos 50%, e a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos, com menor expressão (cerca de 15%).