No mesmo inquérito as empresas declararam ter realizado investimentos em 2007 num montante 14,7% superior ao de 2006. No ano passado, o investimento acabou mesmo por ser superior ao que os empresários tinham previsto mas, para este ano, a previsão de uma subida de 11% significa uma revisão em baixa de 3,3 pontos percentuais (p.p.) relativamente ao resultado obtido no inquérito anterior.
«Tendo em conta a conjuntura mais adversa do que a que rodeou a realização do inquérito anterior, a variação nominal do investimento perspectivada para 2008 é relativamente elevada. Observa-se, no caso das grandes empresas, alguma resiliência na manutenção de programas de elevados níveis de investimento, que representam mesmo uma aceleração face a 2007», aponta o INE.
Efectivamente, as empresas com mais de 500 pessoas revelaram intenções que, a concretizarem-se, representarão um crescimento de 28,3% em 2008 do seu nível de investimento.
Investimento sobe mas é feito por menos empresas
Apesar de o investimento continuar de facto elevado, a verdade é que a percentagem de empresas que fala em investir está a baixar. Este indicador, de difusão do investimento, passou de 85,9%, para 79,2% e 68,2%, em 2006, 2007 e 2008, respectivamente.
Por secções de actividade, sete das nove inquiridas contribuem para o aumento do investimento. As secções que registaram maiores crescimentos foram as de Construção, com 67,6%, Electricidade, Gás e Água, com 52,0%, Alojamento e Restauração, com 40,6%, e Actividades Financeiras, com 30,7%.
Em 2007, apenas se verificaram reduções do investimento em duas secções: Comércio (-16,5%, com um contributo de -2,9 p.p., principalmente devido ao Comércio por Grosso) e Indústria Transformadora (-1,0%, com um contributo de -0,2 p.p.).
O abrandamento do investimento (3,7 p.p.) observado entre 2007 (14,7%) e 2008 (11%) resulta sobretudo do comportamento das secções de Construção (com um contributo de -4,7 p.p.), de Electricidade, Gás e Água (-3,7 p.p.) e de Alojamento e Restauração (-2,3 p.p.). Note-se que este abrandamento estará em parte ligado ao efeito de base decorrente do facto destas secções terem apresentado elevados crescimentos em 2007. Com contributo no sentido contrário, destaque-se a Indústria Transformadora (4,6 p.p.).
Forte aposta no petróleo
Para 2008, a estimativa de variação do investimento na Indústria Transformadora é de 21,5%. Observam-se variações positivas do investimento em oito das catorze subsecções, destacando-se as de Coque e Produtos Petrolíferos (288,2%), Produtos Químicos e Fibras Sintéticas (59,5%) e Papel e Artes Gráficas (42,1%) por apresentarem os maiores crescimentos e, simultaneamente, os contributos mais fortes.
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