Num debate convocado de urgência pelo Grupo Parlamentar do PSD para discutir as tendências das políticas orçamental e fiscal, o governante foi confrontado pela oposição com o facto de os aumentos salariais da função pública, indexados à taxa de inflação esperada pelo Executivo para este ano (2,1 por cento) estarem afinal muito abaixo da taxa de inflação verificada.
No final de Março, a taxa estava nos 3,1%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, o que aponta para mais um ano de perda de poder de compra.
O ministro foi claro na resposta: «Sou contra qualquer mecanismo de indexação salarial porque isso aumenta as pressões inflacionistas na economia portuguesa, porque essa subida da inflação penalizaria sobretudo os segmentos mais frágeis da população», disse.
O próprio Banco Central Europeu (BCE) tem manifestado preocupações com o impacto dos aumentos salariais praticados na Zona Euro na evolução da taxa de inflação.
«Temos de acomodar o aumento dos preços, sobretudo dos alimentos. Temos de nos convencer que estão mais caros e temos de saber viver com isso», disse.
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