O comando metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou esta sábado a presença de cerca de 100 mil manifestantes na «marcha da indignação» dos professores, em Lisboa, ratificando os valores adiantados pelos sindicatos do sector, refere a Lusa.

«A PSP não discorda dos valores já avançados e o número de manifestantes não andará longe dos 100 mil», referiu fonte do comando de Lisboa.

A mesma fonte informou que não houve qualquer registo de ocorrências durante a manifestação, que decorreu entre as 14:30 e as 19:00, num percurso entre a rotunda do Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

Para a manifestação foram destacados cerca de 120 efectivos da polícia, acrescentou a mesma fonte.

«Maioria absoluta»

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) reclamou esta sábado vitória sobre o Governo, «e com maioria absoluta» com a marcha da indignação, em Lisboa, em que afirmou terem participado cerca de 100 mil pessoas, refere a Lusa.

«Com esta marcha, uma manifestação de cerca de 100 mil pessoas, ganhámos ao Governo com maioria absoluta porque temos a maioria qualificada entre os professores», afirmou Mário Nogueira aos manifestantes, no encerramento da marcha, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

Mário Nogueira disse que na marcha de hoje contra as políticas educativas do Governo, como a avaliação dos professores, os docentes «manifestaram a sua indignação, dando uma fortíssima expressão e elevado significado político ao seu protesto».

O dirigente da FENPROF insistiu que a equipa ministerial de Maria de Lurdes Rodrigues «deixou de reunir condições» para se manter no cargo e que «esgotou todas as condições de diálogo».

Protestos todas as segundas-feiras

Ministra: 100 mil docentes na rua «não é relevante»

Nogueira foi o último dirigente sindical a falar no comício com que terminou a marcha, e que se prolongou por cerca de duas horas, com discursos, leitura de poemas e de mensagens de apoio e solidariedade, como a junta de freguesia do Couço ou associações de pais e de estudantes.

Antes, passaram pelos microfones dirigentes dos dez sindicatos que convocaram a marcha, nomeadamente João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE).

O dirigente sindical da federação, filiada na UGT, justificou estar hoje «na rua» para fazer uma «demonstração clara da insatisfação, do mal-estar e do desencantamento dos educadores e dos professores».

Participaram na marcha 70 por cento dos docentes, o que representa mais de dois terços da classe profissional.

Existem em Portugal 143 mil docentes, segundo referiu esta semana a ministra da Educação.

Numa resolução aprovada por aclamação e unanimidade na concentração de professores na Praça do Comércio, em Lisboa, os docentes afirmam que «se esgotaram todas as vias do diálogo e negociação possíveis».