Bruno Pinto (Pidá), suspeito de envolvimento nos homicídios do empresário Aurélio Palha e do segurança de Miragaia, Ilídio Correia, já foi interrogado nas instalações da Polícia Judiciária do Porto, mas optou por não prestar declarações.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, dos oito arguidos abrangidos pelos mandados de detenção, todos indiciados por envolvimento nos homicídios, apenas três (Mauro, João e Fernando) quiseram falar nesta fase.



Já Bruno Pidá, Sandro, Beckam (Fernando) e Paulo optaram por não falar. A juíza de instrução criminal tinha emitido mandados de detenção contra um nono arguido, conhecido como «Palavrinhas», que não foi encontrado até ao momento.

A onda de homicídios na noite do Porto levou a PJ a desenvolver este domingo de manhã uma mega-operação com 202 agentes da Judiciária e a participação da PSP, da qual resultaram 14 detidos.

A juíza de instrução apenas tinha emitido mandados de detenção contra nove pessoas, tendo os restantes sido detidos em flagrante delito por outros crimes, designadamente, associados à posse ilegal de armas e droga.

Os indivíduos capturados nesta operação denominada «Noite Branca» - de combate à criminalidade associada à noite do Porto -, estão indiciados por associação criminosa, homicídio voluntário, tráfico de estupefacientes, receptação e detenção de armas proibidas.

Em conferência de imprensa, o director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, que acompanhou a operação no Porto, disse ainda que há mais de uma semana que esta mega-operação estava «desenhada» e que vai prosseguir.

Ladeado pelos responsáveis da PJ/Porto, Alípio Ribeiro descreveu a operação como «complexa».

Fonte judicial adiantou ao PortugalDiário que os arguidos vão ser presentes esta segunda-feira ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, a partir das 11 da manhã.

Advogada satisfeita com mega-operação

Entretanto, a advogada do escritório que representa a família de Ilídio Correia, um dos seguranças assassinados no Porto, saudou as detenções efectuadas no âmbito da operação policial «Noite branca».

«Esta actuação era aquela que se aguardava», disse à Lusa Sónia Carneiro, do escritório de João Nabais, que recentemente escreveu ao director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, a exigir «medidas concretas» para esclarecimento da morte de Ilídio Correia.

Dessa carta seguiram cópias para os ministros da Justiça e da Administração Interna e ainda para o director da PJ/Porto, Vítor Guimarães.

A advogada, que disse dispor ainda de pouca informação sobre a operação «Noite Branca», alguma fornecida por irmãos de Ilídio, afirmou que aguarda «serenamente» o desenrolar da operação e acredita que se a polícia está a actuar «é porque tem indícios suficientes».

Ilídio Correia, alegado líder do grupo de seguranças de Miragaia, foi abatido a tiro a 06 de Dezembro, sendo a terceira de quatro vítimas da alegada guerra aberta entre grupos da noite.

Benjamim Correia, irmão do segurança assassinado, declarou recentemente ao PortugalDiário que cinco pessoas assistiram ao homicídio do seu irmão e testemunharam à polícia.

«Venho a saber que o assassino do meu irmão está a 500 metros de minha casa e ninguém faz nada», acrescentou.