O primeiro jogo deste Sporting não trouxe nada de novo. A equipa continua a sofrer sem ser capaz de contornar o fatalismo. Este domingo esteve na frente do resultado durante mais de setenta minutos, mas sobre o apito final teve uma falha de marcação que permitiu a João Paulo empatar o jogo.

Ora com isso somou mais um jogo sem ganhar, nos últimos doze só por uma vez garantiu os três pontos, e perdeu o terceiro lugar: o Sp. Braga subiu ao pódio. O empate trouxe um sabor a derrota e um sentido de justiça perante o que o V. Guimarães dominou, pressionou e ameaçou.

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A formação vimaranense começou a dar os primeiros sinais de inconformismo ainda na primeira parte, num remate de Marcelo Toscano para grande defesa de Rui Patrício e num livre de Jorge Ribeiro que bateu com estrondo na trave. Na segunda parte, aí sim, deu volume à superioridade no jogo.

Sobretudo na primeira metade da segunda parte. Chegou a ser asfixiante, aliás: os cantos sucediam-se a um ritmo interminável, as bolas não paravam de cair na área de Rui Patrício, enfim, foi uma pressão enorme que o Sporting foi aguentando com uma boa dose de felicidade pelo meio e à mistura.

A mesma felicidade que desviara o livre de Jorge Ribeiro contra a barra e que obrigou depois João Paulo a falhar com o ombro na cara de Rui Patrício. Ora tal a felicidade, ainda, que parecia indicar que havia algo de novo neste Sporting. Puro engano. O penúltimo minuto devolveu o registo habitual.

Destaques: boa tarde Yannick, só agora Matías?

Ora ultrapassado o período eleitoral, que levou Godinho Lopes para o poder e Luís Duque para o banco, o registo habitual era o pior que este novo Sporting podia pedir. A equipa mantém certos hábitos: sofre muito e muito solidariamente, angustia e no final não consegue evitar sair de campo resignada.

Convém dizer de resto que a primeira parte leonina foi muito boa. Marcou na sequência de um penalty duvidoso, é verdade, mas dominou, jogou em cima da área vimaranense, teve velocidade na saída para o ataque e criou ocasiões de golo. Djaló, por exemplo, falhou na cara de Nilson.

O guarda-redes do V. Guimarães foi aliás a figura do primeiro tempo: em quatro ocasiões evitou o golo leonino. A vantagem ao intervalo era demasiado escassa. O que foi o princípio do fim. O Sporting não conseguiu fazer o golo da tranquilidade, colocou-se a jeito e cedeu perante o crescimento adversário.

«É inequívoco que temos problemas psicológicos»

Sem força mental para contornar a subida no terreno do V. Guimarães, alimentada por 25 mil adeptos, recuou Zapater para o lado de Carriço, com isso perdeu capacidade de recuperar bolas mais à frente, começou a defender muito em cima da área e abriu caminho aos ataques vimaranenses.

É verdade que em duas saídas rápidas podia ter matado o jogo. Djaló voltou a permitir a defesa de Nilson e Vukcevic atirou ao lado. Mas não era isso que o Sporting precisava: precisava, sim, de bola. Não a teve, deu-a ao V. Guimarães e colocou-se a jeito para mais do mesmo. Para já, portanto, só mudou por fora.