Angel Di María está perto de reforçar o Benfica e regressar à casa onde entrou pela primeira vez em 2007, ainda um jovem à procura de vingar no futebol europeu.

O internacional argentino, numa entrevista gravada ainda quando estava na Juventus, a propósito da conquista do Mundial 2022, mas que só agora saiu para o ar, destacou as dificuldades que os pais tiveram de ultrapassar para o educar e revelou um episódio que marcou a mudança para o Benfica.

«Quando fui para Portugal, para o Benfica, não queria ir sozinho e disse à minha família que, se não viessem comigo, eu não ia. Era a mudança, poder dar esse salto que os futebolistas tanto desejam e esse salto era com a minha família. Podia dar uma vida melhor aos meus pais e disse-lhes que se viessem comigo não tinham de trabalhar mais, que dependia tudo de mim, que ia fazer todos os sacrifícios para poder dar-lhes uma boa vida e que estivessem comigo a apoiar-me como desde pequenino», começou por contar no programa « Llave a la Eternidad», da Televisión Pública.

«Estávamos em minha casa, sentados à mesa com o meu representante. Ele disse: “Temos esta opção, a decisão é vossa”. Disse ao meu pai: “Ou vamos todos, ou não vou”. Chorámos todos e decidimos que era o momento, o comboio só passa uma vez. Tínhamos de agarrar-nos a isso e, graças a Deus, saiu como pensámos. Depois, a vida deu-me muitas mais coisas», completou.

Di María confessou ainda que tem dificuldades em «controlar a cabeça» pela pressão máxima do dia a dia do futebol.

«A minha vida sempre foi a correr e nunca a caminhar, nunca consegui controlar isso. Acho que também é por isso que tive lesões, por não controlar isso e estar sempre com a cabeça a mil e o meu corpo sempre ao máximo. Ao dia de hoje, tenho 35 anos e corro e quero correr como se tivesse 20, mas o corpo não dá como antes. Mas na cabeça ainda continuo como se estivesse bem. Acho que é uma das coisas que muitas vezes me fez mal, acho que as lesões também vinham por isso», frisou.

O extremo argentino assegurou ainda que atravessa o melhor momento em toda a vida. «Em todos os sentidos, com a minha mulher, com as minhas filhas, no futebol alcancei tudo e isso, para mim, é o principal. A minha família é o meu motor e, quando estão bem, o resto vem também.»

«El Fideo» esteve uma época na Juventus e está prestes a assinar um contrato com o Benfica também válido por uma temporada.