Sonhar, lutar, sofrer e aprender. Estas são algumas das palavras-chave da visita do Benfica ao Lyon, a contar para a segunda mão dos «quartos» da Liga dos Campeões feminina (4-1). Após a derrota no Estádio da Luz, há uma semana, por 1-2, Filipa Patão apostou na média Catarina Amado e na ponta de lança Davidson, em detrimento de Andrea Falcón e Nycole Raysla, que se lesionou no arranque da eliminatória.

Num encontro inicialmente dominado pelas anfitriãs, Le Sommer acumulou oportunidades desperdiçadas, com ênfase para o remate falhado aos 13m. Após passe de Diani, que havia acelerado pela direita, a ponta de lança foi incapaz de inaugurar o marcador.

Até à meia-hora, o Benfica apenas ameaçou o golo à passagem do minuto 28, quando Lúcia Alves surgiu na área, mas, na hora de cabecear a bola, foi atingida por Endler, que havia saído de entre os postes. Face aos protestos, o vídeoárbitro reviu o lance e ilibou a guardiã de qualquer falta.

Enquanto o Benfica se desamarrava da pressão contrária e da própria ansiedade, Laís Araújo – até então, a par de Ucheibe e Pauels, líder da defesa – cometeu um erro capital, e decisivo para o desfecho da eliminatória, aos 43m. O atraso mal medido para Pauels permitiu a Le Sommer intercetar o passe, abdicar de marcar e servir Cascarino. Ainda fora da área, a média francesa aplicou um chapéu imparável.

Apesar do revés, a resposta do Benfica foi encorajadora. Perfeita, até. O génio imenso de Kika Nazareth permitiu à internacional portuguesa encontrar, pela direita, Lúcia Alves, rasgando a defesa. Sozinha na área, a avançada serviu Alidou, que repôs a igualdade.

Estavam decorridos 45 minutos quando a turma de Filipa Patão atingiu os 34 golos na prova, consolidando a posição de melhor ataque. Para a segunda parte pedia-se nova réplica defensiva – até porque o erro de Laís foi uma exceção – e maior coesão no momento de contra-atacar.

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Lyon controla e dá dicas para o futuro

No reatar do encontro, o equilíbrio foi desfeito por Cascarino, à primeira oportunidade, aos 52m. Conduzindo pela zona frontal, a francesa deu por si isolada às portas da área do Benfica. Como tal, afinou a mira e desferiu um remate quase impossível para Pauels. Cascarino foi o carrasco supremo da turma de Patão nesta eliminatória, pois a francesa acumulou três golos nos dois jogos.

Quando o Benfica preparava nova resposta, as comandadas de Bompastor cerrou os caminhos do meio-campo defensivo, fixou posições no ataque e «bombardeou» a baliza de Pauels. Entre paradas da guardiã e desperdício das francesas, Diani sentenciou o encontro aos 90+1m.

Nessa fase, Filipa Patão já havia apostado em Jéssica Silva (57m), assim como em Falcón e Andreia Norton (84m). Todavia, o risco não surtiu efeito, pois as tricampeãs nacionais eram prejudicadas, tal como no princípio, pela própria ansiedade, mais do que pelo cansaço.

Do outro lado, o Lyon não se poupou e – numa mensagem à concorrência – Diani beneficiou de um alívio mal ajuizado por Amado para bisar no encontro.

O desfecho da partida (4-1) e do agregado (5-2) não espelham o equilíbrio que pautaram os 180 minutos desta eliminatória. Em todo o caso, o desaire permite a Filipa Patão e ao Benfica desvendar novas vias para sustentar o fortalecimento do projeto.

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Findada a histórica campanha na Champions, o Benfica centra atenções na meia-final da Taça de Portugal. No domingo, às 18h15, as águias medem forças com o Sporting. No outro jogo, o Sp. Braga recebe o Racing Power, esta quinta-feira, às 15h.

Por sua vez, o Lyon – líder da Liga francesa e máximo vencedor da Champions feminina (8) – aguarda por adversário nas meias-finais, que resultará do confronto entre Hacken e PSG.

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