Olympique de Marseille, OM, ou, simplesmente, Marselha. Para muitos, o maior clube de França.

Ainda é o único a ostentar o título de campeão europeu, depois de ter vencido a primeira edição da Liga dos Campeões, em 1993. Isso, antes de cair em desgraça (nesse mesmo ano) pelo escândalo de corrupção denunciado por jogadores do Valenciennes.

Mas aquela equipa, construída por Bernard Tapie e orientada por Raymond Goethals, fazia sonhar: Papin, Desailly, Barthez, Boli, Deschamps, Stojkovic, Voller…  E Carlos Mozer, que faz a união na memória entre os dois clubes que agora se reencontram – para lá da célebre mão de Vata…

O ‘fogo’ do Vélodrome

O Marselha tem uma enorme base de adeptos e, normalmente, a melhor média de assistências da liga francesa. O ambiente do ‘Vélodrome’ pode ser escaldante. Por vezes, para a própria equipa da casa, o que já levou ao afastamento de treinadores. André Villas-Boas e Marcelino Garcia Toral, já esta época, passaram por essa experiência.

Antes da entrada dos milhões do Qatar no PSG, dividia com o Lyon o favoritismo e o protagonismo no futebol gaulês. Os jogos OM – OL ainda são efervescentes, como se viu em outubro, apesar de ambos os clubes estarem longe dos seus tempos áureos.

Nas últimas duas décadas tem alternado boas e más temporadas. Venceu a Ligue 1 pela última vez em 2010, o seu nono título de campeão. Desde aí, conseguiu alguns segundos lugares e até foi finalista da Liga Europa, mas os troféus têm escapado.

Uma época falhada?

O OM voltou a partir para esta época com expetativas de, pelo menos, lutar pelos primeiros lugares. Mas tudo correu mal.

Marcelino foi afastado, depois da contestação dos adeptos – e o presidente Pablo Longoria esteve perto de sair, depois das ameaças de que foi alvo – Gennaro Gattuso durou apenas alguns meses e agora está e o veterano Jean-Louis Gasset à frente da equipa. Ele que é campeão africano, apesar de ter sido despedido pela Costa do Marfim no fim da fase de grupos da CAN!

Os altos e baixos do Marselha viram-se nos oitavos de final da Liga Europa:  depois de dar 4-0 em casa ao Villarreal, quase permitia a recuperação do ‘submarino amarelo’ na segunda mão, em Espanha. Mas, depois de sofrer o 3-0, marcou o golo que matou a eliminatória.

Vai em sétimo na liga francesa. Já esteve bem mais abaixo; agora parece ter condições de ainda atacar os lugares europeus. O sucesso na Liga Europa, sendo improvável, salvaria a temporada.

Um plantel versátil e a estrela Aubameyang

Tem dois guarda-redes espanhóis de qualidade (Pau López, habitual titular, e Rúben Blanco) um lateral muito ofensivo (Clauss) um central duro que conhece bem o futebol português (Mbemba) dois médios fiáveis (Papa Gueye e Veretout) dois marrquinos criativos (Ounahi e Harit) e uma estrela no ataque – Aubameyang, o melhor marcador de sempre da Liga Europa, com 33 golos, e, de novo, decisivo contra o Villarreal.

Os senegaleses Ismaila Sarr e Iliman Ndiaye são setas que tanto podem jogar como extremos ou como segundo avançado, dependendo do formato tático (3x5x2 ou 4x3x3).

Vitinha já não mora aqui

O português Vitinha, contratado por 32 milhões de euros ao Sporting de Braga, não se afirmou e já foi emprestado ao Génova, de Itália.

O Marselha seria, provavelmente, a equipa mais desejada neste sorteio para os quartos de final. E com razão. Mas, no dia certo, pode ser um adversário bem perigoso. Dependendo de estar num dia ‘oui’ ou ‘non’.