Pinto da Costa assegura que ainda não sabe se se vai recandidatar à presidência do FC Porto, mas deixa pistas nesse sentido. Desde logo por não reconhecer em André Villas-Boas o perfil certo para o cargo.

Em declarações à RTP – que divulgou excertos da entrevista para o programa ‘Primeira Pessoa’ – o líder dos dragões deixou críticas ao já anunciado candidato às eleições de abril.

«Quando eu vejo uma pessoa que quer ser presidente porque tem uma obsessão, não porque quer servir o FC Porto. Não é ser diretor do FC Porto. Eu comecei como chefe de secção. Quando vejo uma pessoa com essa obsessão…. Mas que percurso é que tem? Se eu visse que havia uma pessoa que toda a gente quer que seja e que aceitasse como missão, eu não me recandidataria de certeza», afirmou.

«Cadeira de sonho acabou com dinheiro»

Pinto da Costa lembrou ainda a expressão «cadeira de sonho», de André Villas-Boas – quando foi treinador do FC Porto – e a forma como saiu para o Chelsea, em 2011.

«A cadeira de sonho dele acabou quando lhe acenaram com dinheiro. Ele teve uma cadeira de sonho, ganhou o campeonato, ganhou tudo, tinha uma equipa fenomenal, estava eu tranquilo para a época seguinte, fui chamado pelo Antero a dizer que ele queria ir embora porque tinha um contrato milionário com o Chelsea. Quando os sonhos terminam com dinheiro, são sonhos que não são de recordar», disse.

Candidato apoiado por inimigos do clube

Sem mencionar nomes, o presidente portista lançou ainda um ataque aos apoiantes de Villas-Boas.

«Então os nossos inimigos é que apoiam um candidato para o meu clube? Aqui há gato. Mesmo gostando de animais, desse tipo de gatos não gosto. Isso pode ser o argumento para eu tomar uma decisão diferente daquela que pessoalmente eu acho que mim, enquanto pessoa, seria melhor», acrescentou.

Na entrevista, Pinto da Costa recorda que nunca fez campanha eleitoral e assegura que não vai fazer desta vez. Isso, claro, caso avance para as eleições.

«O que é que me pode fazer recandidatar? Eu tenho um projeto, que é ver a equipa de futebol novamente nos primeiros lugares da Europa. Depois, é a academia, ter a certeza que ela se faz e que vai ser a melhor de Portugal», explicou.

Derrota seria humilhação?

Caso venha a ser derrotado no processo eleitoral, depois de 41 anos no cargo, o líder dos ‘dragões’ entende que isso não seria uma humilhação.

«Para mim não, sairia de consciência tranquila porque tenho um projeto, as pessoas sabem qual é o meu projeto, tenho uma obra feita, as pessoas sabem. Se as pessoas quiserem mudar, plenamente. Os sócios é que mandam», afiançou.