Sérgio Conceição ficará para sempre ligado a Pinto da Costa, assegurou o presidente do FC Porto em entrevista à RTP.

No programa ‘Primeira Pessoas’, o líder portista falou dos treinadores que mais o marcaram ao longo das quatro décadas que leva no cargo. Destacou Bobby Robson, José Mourinho, Fernando Santos e Sérgio Conceição. Com o atual técnico tem mesmo uma ligação especial.

«Ao longo da minha carreira foram todos importantes. Há um que, obviamente, vai ficar para sempre, que é o Sérgio Conceição. Foi uma opção minha, contra a vontade de muita gente, eu tinha a certeza que ia triunfar. O Sérgio, para alem de treinador, vai ficar para toda a vida como um amigo. Vejo-o quase como filho, como um membro da minha família, como um irmão mais novo, portanto como treinador também ficará na memoria», explicou.»

Robson, Mourinho e Fernando Santos

Mas houve outras ligações que perduraram para lá da ligação ao clube.

«Agora como treinador-pessoa, o Bobby Robson e o Mourinho foram as pessoas que me marcaram. Tenho uma ótima relação com o Mourinho e claro que criei outras grandes amizades, como, por exemplo, com o Fernando Santos, o ‘engenheiro do penta’. Para mim, é como se fosse meu irmão», acrescentou.

Um livro sobre o ‘Apito Dourado’

A entrevista à RTP passou ainda pelo processo ‘Apito Dourado’, que Pinto da Costa assegura nunca o ter preocupado, já que «sabia que não tinha pernas pés para andar».

E revelou que está a escrever um livro sobre o caso. Só o publicará, no entanto, quando deixar a presidência do clube.

«Só vou publicar depois de deixar o FC Porto, seja daqui a um mês, um ano, 10 anos ou 100 anos, mas vou deixá-lo feito. Sei que vai ter grande impacto, por isso não quero ser nada no FC Porto a não ser sócio quando isso sair», afirmou.

Os melhores e os piores momentos

Pinto da Costa elegeu a conquista da primeira Taça dos Campeões, em 1987, contra o Bayern e a inauguração do Estádio do Dragão como «os dois momentos felizes destes 40 anos».

Em contraponto, recordou alguns dos piores momentos, como «um jogo em Penafiel, em que sabia que Pedroto tinha um cancro» e lhe deu um abraço depois de a equipa marcar o golo perto do fim, ou as mortes de Reinaldo Teles, Rui Filipe ou Pôncio Monteiro. «Perder pessoas são derrotas que sabemos que não há volta a dar», afirmou.

O presidente portista revisitou momentos do passado (como as amizades com Fernando Martins e Luís Filipe Vieira, ex-presidentes do Benfica) e falou do futuro, durante esta entrevista, que já foi gravada há duas semanas, antes de confirmar que iria recandidatar-se á presidência do clube..

Estátua? Para quê?

Pinto da Costa não quer ser condecorado depois de morrer, muito menos uma estátua («Para quê? Para os cães irem lá mijar?»). E garantiu que o seu «apetite de ganhar é cada vez maior».

«Não me sinto presidente porque ganhei ou fiz um estádio. Só me interessa como presidente e sócio o futuro. Os projetos que tenho é que gostava de poder realizar, ou, pelo menos, iniciar», afiançou.

Estádio é Dragão

Pinto da Costa recordou a altura em que foi operado ao coração e pensou que iria morrer, assegurando que não tem medo da morte.

Quando esse momento chegar, não quer ter homenagens póstumas, muito menos que o seu nome seja dado ao estádio do FC Porto.

«Será sempre com o meu desacordo. O ‘Dragão’ tem tanta força... Ainda venho do outro lado. Só de me verem assustam-se», disse.