O dirigente do PCP Agostinho Lopes considerou hoje que a greve nacional da função pública convocada para 30 de Novembro é justa e o único caminho dos funcionários públicos face à intransigência negocial do Governo, noticia a Lusa.

As três estruturas sindicais da função pública, Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e a Frente Comum, anunciaram na quinta-feira a convocação de uma greve para dia 30 de Novembro.

«Perante a intransigência negocial do Governo não resta aos trabalhadores outro caminho que não seja o da luta no sentido de levá-lo a rever a sua posição», declarou Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, na sede do PCP.

Segundo o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, «é uma evidência que a greve anunciada é justa».

O ministro das Finanças manifestou-se na quarta-feira indisponível para «jogos de aparente negociação salarial» com os sindicatos sobre o aumento dos salários dos funcionários públicos.

O Governo, ao propor um aumento de 2,1 por cento, «oferece aquilo que as condições financeiras do país permitem», acrescentou Teixeira dos Santos, que falava aos jornalistas à margem do debate orçamental no Parlamento.

«As negociações existem porque há outras questões nos cadernos reivindicativos para além dos aumentos salariais», disse ainda o ministro.

A taxa de inflação prevista pelo Governo para o próximo ano é de 2,1 por cento, pelo que a proposta de aumento permitirá manter e não aumentar o poder de compra dos funcionários públicos.

Antes destas declarações, a Frente Comum já tinha anunciado que iria fazer greve na última semana de Novembro, em protesto contra a perda de poder de compra e o que dizia ser a intransigência do governo nas negociações salariais.