«O preço corrigido situa-se, genericamente, abaixo do preço praticado, significando que as petrolíferas, em média, introduziram um acréscimo superior aquele que correspondia, somente ao impacto do aumento do petróleo», adianta o relatório, que teve em conta os últimos dados avançados pelo estudo da Autoridade da Concorrência.
O mesmo documento diz ainda que esta diferença é mais visível no caso do gasóleo. Uma tendência que, de acordo com o estudo, é fácil de explicar: este produto tem um peso de 70% no volume global das vendas de combustíveis rodoviários.
Margens das petrolíferas
«As petrolíferas incorporam no preço uma percentagem de margem, que foi para além do acréscimo do resultado do aumento do petróleo», salienta o relatório elaborado pelo ex-deputado socialista.
O estudo diz ainda que «se calcularmos os diferenciais acumulados no ano de 2008 pelos litros vendidos nos quatro primeiros meses do ano, obtemos os ganhos extraordinários que petrolíferas poderão ter alcançado com a incorporação de uma margem adicional: um total de cerca de 121 milhões de euros de ganho extra, dos quais 6 milhões dizem respeito à gasolina 95 e 115,5 milhões de euros em relação ao gasóleo», conclui o documento a que a AF teve acesso.
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